Uma breve reflexão para pensar os rituais de consumo no museu: ingressos, ecobags e pôsteres
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-5057.v15i2e217853Palavras-chave:
Museus, Ritual, Consumo, Mediações, DistinçãoResumo
Qual é o lugar do consumo nos museus? De que forma isto se relaciona às lógicas de distinção social? Que sentidos a aquisição de objetos nas lojas abrigadas nesses espaços suscita? O que isso pode dizer a respeito das relações que os públicos mantêm com essas instituições? Será que o ato de consumir a marca do museu faz com que o público se sinta mais próximo dele? Estas são algumas das perguntas que ensaiamos responder, ainda que parcialmente, neste trabalho. Para tanto, consideramos o museu enquanto um meio de comunicação, dispositivo de saber e poder e, portanto, vetor de mediações que dão sentido à realidade social. Os rituais de consumo se inscrevem nessa intersecção como uma das formas da experiência museal - aqui entendida como a visita ao museu.
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