Estação Marítima da Gamboa: entre a expansão ferroviária e os melhoramentos portuários no Rio de Janeiro Imperial (1876-1883)
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2024.213518Mots-clés :
Ferrovia, Porto, Império, Rio de Janeiro, GamboaRésumé
No momento em que as ferrovias eram expandidas, a navegação a vapor generalizada e o funcionamento dos portos eram questionados em todo o país, dotar o Rio de Janeiro de uma infraestrutura capaz de integrar esses modais se tornou aspiração das classes dominantes. Apenas nesse contexto específico, a ideia de uma Estação Marítima na Corte do Império pôde se concretizar. Não havia precedentes para os esforços e recursos empenhados, tanto do governo imperial quanto da maior empresa brasileira – a Estrada de Ferro Dom Pedro II. Objetivo neste artigo demonstrar a elaboração da Estação Marítima da Gamboa enquanto solução unificada para contemplar mudanças complexas e dirimir problemas de origens distintas, suscitando uma ação avassaladora para a preparação e a execução de sua construção (1876-1883). A investigação foi realizada em fontes governamentais, da empresa e em publicações não relacionadas aos promotores da obra.
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ESTRADA DE FERRO D. PEDRO II. Relatorio do Anno de 1877 Apresentado ao Illm. Exm. Sr. Conselheiro Dr. Thomaz José Coelho de Almeida Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas Pelo Engenheiro Francisco Pereira Passos Director da Mesma Estrada. Rio de Janeiro: Typ. Perseverança, 1878.
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ESTRADA DE FERRO D. PEDRO II. Relatorio do Anno de 1882 Apresentado ao Illm. Exm. Sr. Conselheiro Henrique D’Avila Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas Pelo Engenheiro Herculano Velloso Ferreira Penna Director da Mesma Estrada. Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1883.
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