Uma descrição inicial dos Topônimos do Setor Autônomo de Bissau
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i1p130-159Palabras clave:
Toponímia, Guiné-Bissau, Português, Línguas autóctones, MultilinguismoResumen
Este artigo tem como objetivo apresentar o perfil toponímico do Setor Autônomo de Bissau (SAB), Guiné-Bissau, de modo a elencarmos alguns fatores socioculturais e linguísticos relevantes para a sua compreensão. Para tanto, avaliamos os topônimos do SAB tendo em vista: (i) o contato linguístico, refletido em topônimos de matriz africana ou de estrutura híbrida e (ii) a estrutura do sintagma toponímico em língua portuguesa e/ou em outras línguas. O corpus manifesta 53,5% de topônimos portugueses e 46,5% entre autóctones (22,8%), híbridos (14,8%) e desconhecidos (8,9%). Esses resultados sugerem que, mesmo havendo influência do português na toponímia do SAB, essa apresenta itens autóctones que revelam especificidades linguísticas, históricas e culturais locais.
Descargas
Referencias
AMADO, L. Guiné-Bissau: 30 anos de independência. Africana Studia, n. 8, p. 109-135, 2005. Disponível em: http://aleph.letras.up.pt/index.php/1_Africana_2/article/view/7175. Acesso em: 30 ago. 2021.
ARAUJO, G. A. Há uma política linguística para o português em São Tomé e Príncipe? In: SOUZA, Sweder; OLMO, Francisco Calvo del (org.). Línguas em português – A Lusofonia numa visão Crítica. Porto: Universidade do Porto Press, 2020. p. 173-197.
ARENAS, F. África lusófona: além da independência. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019.
AUGEL, J. O crioulo da Guiné-Bissau. Afro-Ásia, [S. L.], n. 19-20, p. 251-254, 1997. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20957. Acesso em: 01 mar. 2023.
AUGEL, M.P. O desafio do escombro. Nação, identidade e pós-colonialismo na literatura de Guiné-Bissau. [S. L.]: Garamond, 2007.
BALDUINO, A.; ARAUJO, G. Discutindo a toponímia portuguesa e autóctone em São Tomé e Príncipe. In: RAMOS, J. et al. Macau e a língua portuguesa: novas pontes a oriente. Macau: Instituto Politécnico de Macau, p. 83-101, 2020. Disponível em: https://repository.um.edu.mo/handle/10692/114269. Acesso em: 01 mar. 2023.
BALDUINO, A.; ARAUJO, G.; AGOSTINHO, A. L. São Tomé and Príncipe’s toponymy. Acta Scientiarum. Language and Culture, v. 43, n. 2, p.1-12, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v43i2.56485. Acesso em: 27 fev. 2023.
BAPTISTA, M. Le Créole de Guinée-Bissau: genèse et situation sociolinguistique. L'Harmattan, Paris, p. 69-72, 2000. Disponível em: http://africultures.com/le-creole-de-guinee-bissau-1281/. Acesso em: 14 jul. 2021.
BARRY, B. A Senegâmbia do séc. XV ao séc. XX: em defesa de uma história sub-regional da Senegâmbia. Soronda: Revista de estudos guineenses, [S. L.], V. 9, p. 3-21, 1990.
CABECINHAS, R; NHAGA, N. Memórias coloniais e diálogos pós-coloniais: Guiné-Bissau e Portugal, 2008. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/9320. Acesso em: 29 ago. 2022.
CAMPOS, A. História da Guiné-Bissau em datas. [S. L.]: [S. N.], 2012.
CAMPOS, A. História da cidade de Bissau (até 1915). 2. ed. [S. L.]: [S. N.], 2016.
CANDÉ MONTEIRO, A. O. Guiné Portuguesa versus Guiné-Bissau: a luta da libertação nacional e o projeto de construção do Estado guineense. A cor das letras, v. 12, n. 1, p. 223-238, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.13102/cl.v12i1.1494. Acesso em: 01 mar. 2023.
CARVALHINHOS, P. A toponímia portuguesa: um recorte linguístico do Douro ao Tejo. 1998. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Tese de Doutorado em Filologia e Língua Portuguesa – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1998.
CARVALHINHOS, P. Projeto Atlas Toponímico de Portugal: Informes iniciais, critérios, recorte: projeto variantes lexicais na Toponímia Portuguesa. A questão do genérico. Anais do SILEL, v. 1, p. 1-10, 2009. Disponível em: http://www.ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2009_gt_lg04_artigo_6.pdf. Acesso em: 16 fev. 2023.
CARVALHO, C. S. P. de. Guiné-Bissau: a instabilidade como regra. 2014. 168 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciência Política Cidadania e Governação, Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa, 2014. Disponível em: https://recil.ensinolusofona.pt/bitstream/10437/5960/1/Celisa%20Carvalho%20-%20Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20Mestrado.pdf. Acesso em: 06 mar. 2023.
COUTO, H. H. do. O crioulo português da Guiné-Bissau. Helmut Buske Verlag, 1994.
COUTO, H. H. do; EMBALÓ, F. Literatura, língua e cultura na Guiné- Bissau: um país da CPLP. [S. L.]: Thesaurus, 2010.
DIAS, E. C. A identidade muçulmana kaabunké: um processo de construção identitária sui generis na senegâmbia. In: Colóquio internacional: estados, poderes e identidades na África subsaariana, 6., 2003, Porto. Atas. Porto: [S. N.], 2003, p. 57-74. Disponível em: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/6905.pdf. Acesso em: 01 mar. 2023.
DICK, M. V. P. A. Toponímia e antroponímia no brasil: coletânea de estudos. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1992
DICK, M. V. P. A. Atlas toponímico do brasil: teoria e prática ii. Trama, [s. l], p. 141-155, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.48075/rt.v3i5.965. Último acesso em: 01 mar. 2023.
DICK, M. V. P. A. A motivação toponímica. Princípios teóricos e modelos taxionômicos. 1980. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 1980.
DICK, M. V. P. A. Atlas Toponímico: um estudo dialetológico. Revista Philogus. Rio de Janeiro, v. 10, p. 61-69, 1998.
DICK, M. V. P. A. O problema das taxionomias toponímicas: uma contribuição metodológica. Língua e Literatura, [s. l], p. 373-380, 1975. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2594-5963.lilit.1975.122791. Acesso em: 01 mar. 2023.
DICK, M. V. P. A. Origens históricas da toponímia brasileira: os nomes transplantados. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, [s. l], n. 24, p. 75-96, 1982. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i24p75-96. Acesso em: 01 mar. 2023.
DICK, M. V. P. A. Toponímia e antroponímia do Brasil. Coletânea de Estudos. 2. Ed. São Paulo, Serviço Gráfico da FFLCH, 1990.
DJALÓ, T. O mestiço e o poder: identidades, dominações e resistências na Guiné. Lisboa: Nova Veja, 2012.
ETHNOLOGUE. Language of the world: language codes. Disponível em: https://www.ethnologue.com/. Acesso em: 0 mar. 2023.
FARACLAS, N.; et al. Creoles and acts of identity: convergence and multiple voicing in the Atlantic Creoles. Papia: revista brasileira de estudos do contato linguístico, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 173-198, 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Vanessa-Austin-3/publication/314041821_Creoles_and_acts_of_identity_convergence_and_multiple_voicing_in_the_Atlantic_Creoles/links/58b1e216a6fdcc6f03f932d5/Creoles-and-acts-of-identity-convergence-and-multiple-voicing-in-the-Atlantic-Creoles.pdf. Acesso em: 15 fev. 2023.
FREITAS, S. Contribuições linguísticas cabo-verdiana e sefardita na formação do papiamento. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2016. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-13102016-145726/publico/2016_ShirleyFreitasSouza_VCorr.pdf. Acesso em: 20 fev. 2023.
GARCIA, F. P. O Islão na África Subsariana. Guiné-Bissau e Moçambique, uma análise comparativa. Africa Studia, n. 6, p. 65-69, 2003. Disponível em: http://aleph.letras.up.pt/index.php/1_Africana_2/article/viewFile/7137/6557. Acesso em: 23 fev. 2023.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991.
GUINÉ-BISSAU. Características socioculturais. 3º Recenseamento Geral da População e Habitação (III RGPH), 2009.
INE. 2011. Instituto Nacional de Estatística (INE): São Tomé e Príncipe em Números. São Tomé: 2001. Disponível em: http://http://www.ine.st/2012.html. Acesso em: 20 de jul. de 2020.
INTUMBO, I. Situação sociolinguística da Guiné-Bissau. [s. l.]: [s.n.]. p. 1-7, 2012. Disponível em: https://www.didinho.org/Arquivo/SIT_LING_GB_Incanha.pdf. Acesso em: 12 dez. 2021.
JAUARÁ, M. Os lusoafricanos e etnorurais disputam o poder na Guiné-Bissau. África, [s. l], v. 26, n. 24, p. 119-145, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2526-303X.v0i24-26p119-145. Acesso em: 06 mar. 2023.
KIHM, A. Substrate influences in Kriyol. Creoles, Their Substrates, And Language Typology, [S.L.], p. 81-103, 2011. John Benjamins Publishing Company. DOI: http://dx.doi.org/10.1075/tsl.95.07kih.
KIHM, A.; ROUGÉ, J. L. Lingua de Preto, the Basic Variety at the root of West African Portuguese Creoles: a contribution to the theory of pidgin/creole formation as second language acquisition. Journal of Pidgin and Creole Languages, v. 28, n. 2, p. 203-298, 2013. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/263424057_Lingua_de_Preto_the_Basic_Variety_at_the_root_of_West_African_Portuguese_Creoles_A_contribution_to_the_theory_of_pidgincreole_formation_as_second_language_acquisition. Acesso em: 01 mar. 2023.
LIMA, A. De Bracara Augusta a Braga: análise toponímica de um concelho português. 2012. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2012.
LIMA, A.; CARVALHINHOS, P. Los Pueblos de Portugal y el modelo denominativo medieval. In: Oliviu Felecan (Ed.), Proceedings of Iconn, p. 276 – 290, 2013. Disponível em: https://www.diacronia.ro/en/indexing/details/V1499. Acesso em: 01 mar. 2023.
LOPES, C. O Kaabu e os seus vizinhos: uma leitura espacial e histórica explicativa de conflitos. Afro-Ásia, n. 32, p. 9-28, 2005. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/21086/14603. Acesso em: 01 mar. 2023.
LOPES, C. Resistência africanas ao controle do território: alguns casos da Costa da Guiné no séc. XIX. Soronda: Revista de estudos guineenses, n. 7, p. 5-16, 1989.
MANÉ, B. B. E. Descrição e análise dos processos de formação de palavras por reduplicação no crioulo guineense (Guiné-Bissau). 2021. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-03052022-135318/en.php. Acesso em: 28 ago. 2022.
MANÉ, M. O Kaabu: uma das grandes entidades do património histórico Senegambiano. Soronda: Revista de estudos guineenses, n. 7, p. 17-30, 1989.
MARTINS, J. J. O. Relato do mercador André Álvares de Almada e sua utilização como fonte histórica no estudo das práticas religiosas dos povos da Guiné. Anais do XIX Encontro Regional de História. Profissão historiador: formação e mercado de trabalho. Juiz de Fora, jul., 2014. Disponível em: http://www.encontro2014.mg.anpuh.org/resources/anais/34/1401484152_ARQUIVO_TextoANPUHFINAL.pdf. Acesso em: 27 fev. 2023.
M'BUNDE, T. S. Comportamento partidário e cíclica interrupção da democracia na Guiné-Bissau. Almanaque de Ciência Política, [S.L.], v. 1, n. 2, p. 43-56, 1 set. 2017. Universidade Federal do Espirito Santo. Disponível em: http://dx.doi.org/10.25193//iissn2526-8066.v1.n2.a3. Acesso em: 06 mar. 2023.
MUYSKEN, P.; SMITH, N. The study of pidgin and creole languages. In: ARENDS, J.; MUYSKEN, P. & SMITH, N. (ed.). Pidgin and creole languages: an introduction. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 1995, p. 3-14.
NARO, A. J. A study on the origins of pidginization. Language, v. 54, n. 2, p. 314-347, 1978. Disponível em: https://doi-org.ez67.periodicos.capes.gov.br/10.2307/412950. Acesso em: 01 mar. 2023.
THOMASON, S. G.; KAUFMAN, T. Language contact. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2001.
SCANTAMBURLO, L. Dicionário do crioulo guineense: dicionário guineense-português. Lisboa: Edições Colibri/FASPEBI, 2002.
SEABRA, M. C. A formação e a fixação da língua portuguesa em Minas Gerais: a Toponímia da Região do Carmo. 2004. Tese (Doutorado). Faculdade de Letras – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/ALDR-64KQ9A. Acesso em: 01 mar. 2023.
SILVA, A. E. D. Guiné-Bissau: a causa do nacionalismo e a fundação do PAIGC. Cadernos de Estudos Africanos, n. 9/10, p. 142-167, 2006. Disponível em: https://doi.org/10.4000/cea.1236. Acesso em: 01 mar. 2023.
SOUSA, M. G. de. Guiné-Bissau: o golpe militar de 12 de abril e a necessidade da reforma do sector de segurança. Universidade Lusíada Editora, Lisboa, p. 85-115, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.34628/j58n-bf22. Acesso em: 06 mar. 2023.
STEIN, C. C. Dicionário bilíngue português-crioulo de Guiné-Bissau. v. 1, João Pessoa: Editora UFPB, 2021.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Baticã Braima Ença Mané, Amanda Macedo Balduino
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
A aprovação dos manuscritos implica cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a Linha D'Água. Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem à instituição a qual a revista encontra-se vinculada. Em relação à disponibilidade dos conteúdos, a Linha D'Água adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC Atribuição não comercial. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos autorais à revista.
Nesses casos, em conformidade com a política de acesso livre e universal aos conteúdos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou do Editor. Em quaisquer outras situações a reprodução total ou parcial dos artigos da Linha D'Água em outras publicações, por quaisquer meios, para quaisquer outros fins que sejam natureza comercial, está condicionada à autorização por escrito do Editor.
Reproduções parciais de artigos (resumo, abstract, resumen, partes do texto que excedam 500 palavras, tabelas, figuras e outras ilustrações) requerem permissão por escrito dos detentores dos direitos autorais.
Reprodução parcial de outras publicações
Citações com mais de 500 palavras, reprodução de uma ou mais figuras, tabelas ou outras ilustrações devem ter permissão escrita do detentor dos direitos autorais do trabalho original para a reprodução especificada na revista Linha D'Água. A permissão deve ser endereçada ao autor do manuscrito submetido. Os direitos obtidos secundariamente não serão repassados em nenhuma circunstância.