Ensinar intercompreensão em línguas românicas: uma pesquisa exploratória com aprendizes de italiano
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i40p67-93Palavras-chave:
Intercompreensão em línguas românicas, Didática das línguas, Abordagens plurilíngues, Ensino de italiano L2Resumo
O objetivo deste estudo é apresentar reflexões que nasceram de uma pesquisa exploratória (GIL, 2008), realizada em um curso de intercompreensão em línguas românicas para alunos de italiano. Por meio de um questionário, respondido por alunos de turmas do curso de língua italiana do Circolo Italiano (CI) di San Paolo, com afirmações que remetem às crenças que aprendizes têm sobre aprender idiomas, foi possível observar que a maioria deles – tanto os de níveis iniciantes quanto os de níveis intermediários – revelou considerar verdadeira a afirmação, segundo a qual a aprendizagem paralela de diferentes línguas românicas pode confundir os aprendizes porque poderiam “misturar as línguas”. Por outro lado, o QECR (2001) enfatiza a necessidade de considerar que o aprendiz dispõe de competência plurilíngue e pluricultural, que engloba todas as línguas que conhece, particularmente as línguas próximas, pois isso permite a transferência de conhecimentos entre essas línguas. Partindo dessas reflexões, elaboramos um curso breve de intercompreensão em línguas românicas (IC), que foi oferecido aos discentes da instituição com o escopo de apresentar-lhes as potencialidades da IC para o desenvolvimento da competência receptiva de línguas românicas e, concomitantemente, da língua italiana. O material usado nas aulas era composto, essencialmente, de textos extraídos do manual EuRom5 (BONVINO et al., 2011) e de outros textos de jornais nas línguas românicas escolhidas. Os dados coletados após o curso por meio de um questionário específico nos forneceram material para discutir em que medida a percepção dos participantes sobre aprender concomitantemente línguas aparentadas se modificou em relação ao questionário inicial.
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