Organas: um caminho histórico múltiplo e revelador
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-7117.rt.2024.217196Palabras clave:
organologia, Desenvolvimento histórico de instrumentos musicais, interdisciplinaridade, linguística aplicada, contextualizações histórico-sociaisResumen
Este trabalho propõe atestação de possível lacuna em estudos organológicos ocidentais via variações de nomes e descrições observadas em registros escritos, cruzados e somados, quando aplicável, a outras fontes (como esculturas e desenhos) e a contextos paralelos e simultâneos com fundamentos de outras áreas da Ciência, a saber: História, Sociologia, Matemática (estatística, comparativa), Linguística (etimologia, filologia) e Literatura Comparada (sintaxe, análise de discurso). A técnica apresentada, resumida pelo termo onomato-organologia, teria base na Metodologia Dialética (Lakatos & Marconi, 2003, p.101-107; Gil, 2008, p.16-20), de onde desenvolveu-se que para aplicação em organologia / musicologia, os chamados “fenômenos circundantes ao estudo”, analisados em cruzamento com as demais Ciências citadas, consistiria em: identificação dos estudos em línguas europeias (e fontes citadas nestes) que mais teriam sido secundados desde publicações em latim (Matemática); retraduções e reanálises atentas a contextos musicológicos (Linguística e Literatura Comparada); organização cronológica dos registros mais remotos estimados de cada significado (para cruzamento de contextos histórico-sociais) para então, no Desenvolvimento, analisar padrões no quadro histórico geral, a partir de variações tanto das nomenclaturas quanto das características organológicas que se mativeram em diferentes instrumentos. Uma delimitação a citações relacionadas ao termo genérico organa foi escolhida para este artigo como exemplo geral, pelo peculiar desenvolvimento de significados difusos a partir do século IV, em entendimentos considerados parciais posto que, a princípio, significativamente diferentes: seu singular em latim organum é hoje relacionado à ancestralidade dos órgãos modernos, à harmonia entre vozes e a nome de instrumentos organologicamente muito diferentes (de sopro, com e sem foles, com e sem teclados, cordofones). Tais entendimentos, entre outros fatores, teriam até então dificultado ou desfocado aprofundamentos de estudos sobre resquícios históricos tanto em nomenclaturas quando em características organológicas de instrumentos musicais; resquícios estes que ter-se-iam multiplicado paralelamente por diversos nomes e instrumentos no caso possivelmente único das organas, tradução em português arbitrada para este artigo a fim de indicar o padrão de continuidade observado. A principal motivação é colaborar com novas visões para estudos históricos sobre instrumentos musicais e, possivelmente, até para outras aplicações de metodologias em outras áreas da Ciência.
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