IX Encontro de Musicologia de Ribeirão
IX Encontro de Musicologia de Ribeirão
9:30h-10h
Comunicação: Dr. Guilherme Matos Sipahi (IFSC-CCEX)
Vai mandar
10h-11h
Palestra: Profa. Dra. Graziela Perosa (EACH)
“Notas provisórias sobre os movimentos identitários no Brasil”
11h-12h
Palestra: Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro (FFCLRP)
“Fructuoso Vianna na Semana de 22”
12h-14h
Almoço
14h-15h
Palestra Profs Drs. Rubens Ricciardi (FFCLRP), Paulo Veiga (Pós doutor pela FFCLRP) e Lucas Galon (Pós doutor pela FFCLRP).
“A Semana de 22 e a ideologia brasileira: uma perspectiva da poiésis crítica”
15h-16h
Palestra: Prof. Jaime Ginzburg (FFLCH)
“Imagens de corpos no modernismo brasileiro: violência e história”
9:30h-10h Comunicação: Dr. Guilherme Matos Sipahi (IFSC-CCEX) Vai mandar
10h-11h Palestra: Profa. Dra. Graziela Perosa (EACH)
“Notas provisórias sobre os movimentos identitários no Brasil”
Resumo: Pretende-se abordar os movimentos identitários de gênero e raça, especialmente, nas sociedades neoliberais. A intenção é relacionar mutações estruturais do Brasil contemporâneo à emergência destes movimentos, procurando lançar luz sobre paradoxos e clivagens sociais que se recriam a partir deles, por meio das ferramentas conceituais da sociologia bourdiesiana.
11h-12h Palestra: Prof. Dr. Marcos Câmara de Castro (FFCLRP) “Fructuoso Vianna na Semana de 22”
Existe um ritual hindu chamado prâna pratishtâ que consiste na transmissão do sopro vital a imagens que se tornarão objeto de culto (Cf. Néel, 1951). Diferentemente das religiões ocidentais, onde as imagens são supostamente portadoras de poderes divinos, os objetos de culto hindus são literalmente “carregados” de energia vital e “recarregados” através das meditações, para que possam estar sempre prontos para auxiliar espiritualmente os devotos. Jorge Luís Borges, sobre a eleição de clássicos, diz que o mais curioso é que cada nação que os elege parece preocupar-se para que nunca se pareçam com seu país de origem (Cf. Borges, 1978). E exemplificava: o tolerante Cervantes na fanática Espanha; o “hiperbolesco” Shakespeare escolhido pela racional Inglaterra; e Goethe, “que se parece pouco com Hitler”, escolhido pela Alemanha. Disse ainda que as obras se tornam clássicas não ao serem escritas mas ao serem lidas, e que as sociedades elegeriam seus autores como uma espécie de “contraveneno temperamental” ou “um antídoto”, que chegariam para “corrigir os erros desses países”. Posto isso, se eleger clássicos é também, como diz Borges, eleger antídotos, daí a importância de estudar criticamente a vida e a obra de Fructuoso de Lima Vianna, redimensionando seu papel na História, à luz de uma musicologia moderna e isenta de preconceitos.
14h-15h Palestra Profs Drs. Rubens Ricciardi (FFCLRP), Paulo Veiga (Pós doutor pela FFCLRP) e Lucas Galon (Pós doutor pela FFCLRP). “A Semana de 22 e a ideologia brasileira: uma perspectiva da poiésis crítica”
Tendo em vista, logo após a Revolução Francesa, a crítica de Napoleão ao grupo de ideólogos em torno do Conde de Tracy e, por analogia, as críticas igualmente irônicas de Marx e Engels aos ideólogos alemães de seu tempo (contidas nos manuscritos da Die deutsche Ideologie, 1845/1846), critica-se neste ensaio, do mesmo modo, a ideologia brasileira enquanto abstração enganosa da história, forjando identidades em construções de segunda ordem e excluindo a pluralidade histórica das artes brasileiras em nome de uma univocidade ideológica. Daí se estuda também o esquecimento da poíesis a partir da Semana de 22, hegemônica que é no imaginário intelectual brasileiro, mas em Oswald de Andrade mesmo, se sua obra teatral e poética é levada apenas parcialmente em consideração, o que se estabelece posteriormente são os poucos aforismos de seus manifestos. Por fim, trata-se da definição da poíesis crítica enquanto nova epistemologia para a pesquisa em artes.
15h-16h Palestra: Prof. Jaime Ginzburg (FFLCH). “Imagens de corpos no modernismo brasileiro: violência e história”
Em seu ensaio de 1942 “O movimento modernista”, Mário de Andrade comentou que entre os modernistas ocorria um problema referente à “atitude interessada diante da vida contemporânea”, e que neles existia uma “ausência de realidade”. Alguns argumentos a respeito da constituição do modernismo, em textos de historiografia literária de orientação canônica, apontam para o impacto do movimento, em particular na década de 1920, como triunfal e heroico. Nesta palestra, serão examinadas algumas obras específicas, incluindo “Frederico Paciência” de Mário de Andrade e “Parque Industrial” de Patrícia Galvão, que motivam reflexões sobre imagens de corpos em contextos violentos. É possível elaborar uma hipótese de que, nessas obras, as especificidades nas maneiras de configurar corpos estão relacionadas com problemas históricos do período dos anos 1920 e 1930. Essas relações podem ser examinadas em diálogo com as noções de “impasse histórico” (Ettore Finazzi-Agrò) e “invenção do novo” (Gerd Bornheim), em favor de uma crítica da abordagem triunfalista, e de uma renovação da leitura do ensaio de 1942.
17h Ensemble Mentemanuque e Luana Santos (sopranao): Canções Trovadorescas de Fructuoso Vianna, com textos de Guilherme de Almeida, arranjo para cordas de Camargo Guarnieri.
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