(De)colonialidade na trajetória de uma professora negra de alemão: construindo e analisando a biografia de Laís Manhães Naka
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-88372753141Palavras-chave:
ensino de alemão, biografia docente, pesquisa narrativaResumo
Neste trabalho, relata-se a experiência de construção e análise da trajetória de uma professora negra – Laís Manhães Naka, baseada no entendimento de pesquisas (com) narrativas docentes enquanto modalidade de estudo-atuação decolonial no ensino de língua alemã. Portanto, o objetivo principal foi produzir e depois refletir sobre a biografia de uma trabalhadora da educação com percurso pessoal e profissional marcado pela língua alemã (e seu ensino), mas também pelas mazelas da colonialidade. Junto definimos o segundo objetivo que é apresentar e discutir outros modos de pensar o ensino de alemão que sejam menos panorâmicos, universalistas e generalizantes, tal como tem se apontado em estudos decoloniais nacionais e internacionais. Para atingir esse objetivo, elaborou-se uma instrumentação que articulou pesquisa bibliográfica, documental e principalmente, exploratória, inserindo elementos interpretativos e analíticos da área de pesquisa narrativa, colocando-a em diálogo com pesquisas que discutem decolonialidade. Os principais resultados consistiram na reconstrução (complexa) da trajetória de uma professora de alemão até então desconhecida na área de germanística, bem como na inclusão de pesquisas (com) narrativas que abrem caminhos para a articulação de diferentes temas e possibilidades de ensino, as quais poderão representar uma estratégia importante para o aprofundamento de abordagens e modos de trabalho decolonial.
Downloads
Referências
AQUINO, Marceli; FERREIRA, Mergenfel Vaz. Ensino de alemão com foco decolonial: uma discussão sobre propostas didáticas para o projeto Zeitgeist. DOMÍNIOS DE LINGU@GEM, v. 17, 1-33, 2022.
ARENDT, Isabel Cristina. Representações de germanidade, escola e professor no Allgemeine Lehrerzeitung für Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado em História) – UNISINOS, São Leopoldo, 2005.
CADILHE, Alexandre José. Narrativas e reflexão epistêmica. In: GOMES JUNIOR, Ronaldo Corrêa (org). Pesquisa narrativa: histórias sobre ensinar e aprender línguas. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020, 110-135.
CAMPOS, Ana Maria Antunes. Análise das narrativas de uma preceptora alemã sobre a educação brasileira. INTELLÈCTUS (UERJ. ONLINE), v. 19, n.1, 12-25, 2020.
CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, Jean et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2012, 295-316.
COUTO, Letícia Coroa do. Sobrevoo pela História do Ensino de Alemão-LE no Brasil. Helb, História do Ensino de Línguas no Brasil, v. 6, n. 6, jan. 2012.
DREHER, Martin Norberto. Wilhelm Rotermund: seu tempo, suas obras. São Leopoldo: Oikos, 2014.
SCHMIDT, Cristiane; TENO, Neide Araújo Castilho; SOUZA, Antônio Carlos Santana (orgs.). O que vem te constituindo professor? Memoriais autobiográficos entre a vida e a formação na docência. 1. ed. São Paulo: Mentes Abertas, 2023.
DORNFELD, Larissa Mendes Gontijo. Os Meus Romanos: alegrias e tristezas de uma educadora alemã no Brasil. Cadernos da Pedagogia - Ano 2, v. 2, N. 3, 371-373, 2008.
ESTEVES, C. R. Farbe Bekennen: História, Narrativas e Memória Social do Movimento Afroalemão. Revista Interdisciplinar Sulear, v. 15, n. 6, 26–39, 2023. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/7269 (02/01/2024).
FERREIRA, Aparecida de Jesus. Narrativas Autobiográficas de professoras/es de línguas na universidade: Letramento Racial crítico e teoria racial crítica. In: FERREIRA, Aparecida de Jesus (org.) Narrativas Autobiográficas de Identidades Sociais de Raça, Gênero, Sexualidade e Classe em Estudos da Linguagem. Campinas: Pontes Editores, 2015, 127-161.
FERREIRA, Aparecida de Jesus; FERREIRA, Susana Aparecida. Raça/Etnia, Gênero e suas Implicações na Construção das Identidades Sociais em sala de Aula de Línguas. RevLet – Revista Virtual de Letras, v. 3, n. 2, 114-129, 2011.
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Por uma didática decolonial: epistemologia e contradições. Educação e Pesquisa [online], v. 48, 1-22, 2022.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
GOMES JUNIOR, Ronaldo Corrêa (org). Pesquisa narrativa: histórias sobre ensinar e aprender línguas. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020.
GRILLI, Marina. Por uma educação linguística Translíngue e Decolonial: questões para o ensino de alemão. Revista Iniciação & Formação Docente. v. 7 n. 4, 905-930, 2020.
JORGE, A.; SOUZA, A. C. S. de. A Língua Alemã numa Comunidade Indígena Terena como emancipação linguística. Revista Interdisciplinar Sulear, [S. l.], v. 15, 12–25, 2023. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/7263 (02/01/2024).
LEITE, Míriam Lifchitz Moreira. Mulheres viajantes do século XIX. Cadernos Pagu, Campinas/UNICAMP, v. 15, n.15, 129-143, 2000.
LUDWIG, Carlos Roberto. Meus romanos: relatos de viagem e diferenças culturais na obra de Ina Von Binzer. Literatura e Autoritarismo (UFSM), v. 4, n.4, 152-169, 2010.
MARTINS, Leda. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Letras, n. 26, 63-81, 2003.
OLIVEIRA, J. F. May Ayim e a tradução de poesia afrodiaspórica de língua alemã. Dissertação (Mestrado em Estudos da Tradução) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianopólis, 2018.
PUH, M. Políticas linguísticas, decolonialidade e material didático no Brasil. In: Isis Ribeiro Berger; Rosângela Redel. (Org.). Políticas de gestão do multilinguismo: práticas e debates. São Paulo: Pontes Editores, 2020, v. 1, 207-237.
PUH, M.; SAMPAIO, I. H. Da teoria para a prática: propostas formativas interculturais e decoloniais para quem ensina(rá) línguas no Brasil. In: Cristina Figueiredo [et. al.]. (Org.). Línguas em Movimento: Estudos em Linguagem e Movimento. Salvador: EDUFBA, 2020, v. 2, 107-125.
RITZKAT, Marly Gonçalves Bicalho. Preceptoras alemãs no Brasil. In: LOPES, Eliana Marta Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; VEIGA, Cynthia Greive. (orgs.). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, 95-134.
ROSCHEL NUNES, E.C. A criatividade local na decolonialidade: entrelaçamentos e ações possíveis em meio acadêmico Letras/Alemão. Revista Interdisciplinar Sulear, [S. l.], v. 15, n.6, 57–72, 2023. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/7273 (02/02/2024).
SAMPAIO, I. H.; MATOS, D.; LANDULFO, C. Identidades em fluxo. In: Matos, Doris Cristina Vicente da Silva; Sousa, Cristiane Maria Campelo Lopes Landulfo de. (Org.). Suleando conceitos e linguagens: decolonialidades e epistemologias outras. 1ed. Campinas: Pontes Editores, 2022, v. 1, 201-206.
SANTANA, Tiganá. Tradução, interações e cosmologias africanas. Cad. Trad., Florianópolis, v. 39, nº esp., 65-77, 2019.
SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Memória Coletiva e Teoria Social. São Paulo: Annablume, 2003.
UPHOFF, Dörthe.; ARANTES, Poliana Coeli Costa. Mudando os termos da conversa: questões decoloniais na produção de materiais didáticos para o Ensino de Alemão. Revista Interdisciplinar Sulear, v. 15, 40–56, 2023. Disponível em: https://revista.uemg.br/index.php/sulear/article/view/6594 (02/01/2024).
UPHOFF, Dörthe. A área de alemão como língua estrangeira: desenvolvimento histórico e perspectivas atuais. Pandaemonium Germanicum., v. 16, n. 22, 219-241, 2013.
UPHOFF, Dörthe. As línguas do outro: reflexões sobre um caso de bilinguismo. Fragmentos, v. 33, 229-243, 2007.
WEIDUSCHADT, Patrícia; SOUZA, Marcos Teixeira; BEIERSDORF, Cássia Raquel. Afro-pomeranos: Entre a Pomerânia Lembrada e a África Esquecida. Identidade!, v. 18, n. 2, 249-263, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Pandaemonium Germanicum
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.