Hölderlin e a questão da escrita em formas métricas antigas: aspectos de sua tradução no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-883726481Palavras-chave:
Hölderlin, Tradução, Métrica comparativa, Ode, ElegiaResumo
Após uma breve apresentação de Hölderlin e de sua poesia, o texto examina traduções de seus poemas no Brasil, considerando as formas métricas, dada a significância que certos metros têm para a caracterização de gêneros líricos, odes e elegias, praticados pelo autor, determinantes para sua compreensão. A análise leva em conta as diferenças no sistema de versificação (al. Verssysteme) (KAYSER 1964: 82-85) nas línguas de partida e de chegada, bem como reflexões e práticas tradutórias concebidas no Brasil no âmbito dos estudos clássicos, em que se lida, por sua vez, com outro sistema de versificação, diverso tanto do que é utilizado em língua portuguesa quanto alemã. Em especial desempenham papel reflexões de J. A. OLIVA NETO (2017; 2020) e a proposta de estabelecimento de equivalências entre formas, no que diz respeito ao metro da tradução e obra a ser traduzida. A escolha das traduções para a análise baseou-se em sua circulação e na apresentação de poemas em conjunto, o que foi considerado importante para a percepção de recorrências entre eles. Como resultado, correspondências sistemáticas na metrificação não puderam ser encontradas nas traduções analisadas. Porém, percebem-se nelas, de modo geral, possibilidades para um tal procedimento, delineadas de maneira incipiente.
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