CHAMADA PARA O DOSSIÊ: MULHERES, ARQUIVOS E PROCESSOS DE CRIAÇÃO
A revista Manuscrítica abre chamada de artigos para o dossiê “Mulheres, arquivos e processos de criação”. Essa edição é organizada por Mabel Meira Mota, arquivista, doutora em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e integrante da Rede de Arquivos de Mulheres (RAM); Rosa Borges, filóloga, doutora em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), professora do Instituto de Letras da UFBA; Sonia Troitiño, doutora em História Social, professora da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (UNESP-Marília).
Atuando em diferentes domínios de produção discursiva e de escritas, a partir dos quais produzem e acumulam documentos de natureza diversa, as mulheres representam, ainda, uma ausência marcante nas instituições de memória nacionais e internacionais, responsáveis pela preservação e divulgação do patrimônio documental.
Na contramão desse cenário marcado pela invisibilidade feminina, a Rede de Arquivos de Mulheres (RAM), criada em novembro de 2020, tem se voltado para promover discussões, numa abordagem multidisciplinar, sobre e a partir de arquivos de mulheres. Esse dossiê, portanto, faz eco às iniciativas que pretendem ampliar os estudos de gênero e feminismo, por isso pretende acolher artigos inéditos de pesquisadoras e pesquisadores que problematizam a relação entre arquivo/arquivamento e processos de criação de mulheres, em sua dimensão individual e coletiva; e o papel dos arquivos na (re)constituição de representações da mulher no cenário intelectual e artístico, nacional e internacional.
Na contemporaneidade, a Crítica Genética impõe-se como campo de natureza transdisciplinar, transartística e transemiótica, nos termos apontados por FERRER (2002). Acolhe, portanto, todas as atividades nas quais seja possível observar uma criação intelectual ou artística feminina em processo, isto é, que torna possível observar o delineamento de sistemáticas, operações/processos e fases/etapas, como estudos, concepção, preparação, execução, revisão, dentre outras (BIASI, 2002), assim como os diferentes agentes que conformam redes de criação (SALLES, 2002).
Como a transdisciplinaridade está no cerne da pesquisa genética e da pesquisa arquivística, serão consideradas as potencialidades de proposições que partam do trânsito teórico e/ou metodológico, no sentido de pôr em evidência as singularidades dos processos de produção e usos de documentos nas diferentes atividades e formas de expressão intelectual e artística femininas, que corroborem com as investigações no campo da criação e com a abordagem arquivística de conjunto documentais produzidos e acumulados por mulheres ou sobre mulheres.
A revista Manuscrítica aceita igualmente textos de temática livre, resenhas, traduções e comentários de manuscritos. As contribuições podem ser escritas em português, francês, espanhol e inglês, e devem ser enviadas por meio do site, de acordo com as normas da revista: https://www.revistas.usp.br/manuscritica.
Data limite para submissões: 30/04/2022