O esquema genealógico e o mal-estar na história
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i13p186-211Palavras-chave:
Esquema genealógico, abstração geométrica, formação e desmanche do sistema visual brasileiro moderno, sistema de autores, forma objetiva.Resumo
Este ensaio questiona a tendência “genealógica” hoje estabelecida nos discursos sobre arte brasileira, no campo do “sistema de autores”, cujas raízes datam de meados dos anos 1970, e propõe a retomada da análise e da reflexão históricas. Discute a transição da abstração geométrica no pós-1964, eclipsada pela entronização do neoconcretismo como pedra angular da arte brasileira contemporânea, nas leituras “genealógicas”. Na contramão das últimas e apoiado em argumentos de Oiticica e Pedrosa, a tese do ensaio é a de que a formação do sistema visual brasileiro, configurado em torno da abstração geométrica, nos anos 1950, consolida-se na superação dialética da abstração geométrica pelas proposições críticas e experimentais que a sucedem. A crônica da resistência da arte brasileira, da ditadura militar ao neoliberalismo, segue o fio da análise da forma objetiva (A. Candido) de obras de Oiticica e Antonio Dias, esta última até o ano 2000.