Horrorshow: a ultraviolência como elemento distópico em Laranja mecânica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9826.literartes.2023.187893

Palavras-chave:

Laranja mecânica, Distopia, Violência

Resumo

O presente artigo busca analisar a relação entre violência e distopia presente no romance Laranja mecânica (1962), de Anthony Burgess. A interpretação da obra é baseada em textos teóricos do próprio autor em conjunto com textos da crítica literária sobre os gêneros utópico e distópico, bem como os que analisam a ficção científica como gênero literário do qual a distopia faz parte. Um elemento muito presente no gênero é o teor político, por isso não poderiam ser ignoradas as análises políticas a respeito dos eventos do século XX que servem como plano de fundo para a contextualização do enredo e de suas críticas, para que ao fim se possa verificar como a violência é o tema central da obra e como diversas perspectivas e debates são levantados pelo romance no que se refere à reabilitação, criminalidade e sociedade.

Biografia do Autor

  • Samuel Renato Siqueira Sant'Ana, UNESP - FCLAr

    É mestrando no Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (PPG) pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Campus de Araraquara (FCLAr), na linha de Teorias e crítica da narrativa. É graduado em Licenciatura Plena/Bacharelado em Letras - Francês pela mesma instituiçãoÉ graduando em Licenciatura Plena/Bacharelado em Letras - Inglês pela mesma instituição. É bolsista de Iniciação Científica do Edital PROPe 01/2020 - PIBIC, desenvolvendo pesquisa na área de Literatura Estrangeira Moderna, com foco nos aspectos clássicos da tragédia. É integrante do Grupo de Pesquisa "Vertentes do Fantástico na Literatura", grupo registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no CNPq, pela mesma instituição de ensino. É integrante do Grupo de Pesquisa "Estudos do Gótico", grupo registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no CNPq, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Possui experiência na área de Teoria Literária com ênfase em Literaturas de Língua inglesa, Literatura Francesa e Literatura Fantástica.

  • Cido Rossi, UNESP - FCLAr

    Cido Rossi é graduado em Letras (Português/Inglês), mestre e doutor em Estudos Literários pela UNESP - Araraquara/SP. Atua no curso de Letras da UNESP - Araraquara, no qual é professor de Literatura Inglesa; no Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da mesma instituição, no qual é professor permanente; e no Programa de Pós-graduação em Estudos de Literatura da UFSCar - São Carlos/SP, no qual é professor colaborador. Desenvolve pesquisas sobre as Manifestações do Gótico, do Fantástico e da Fantasia na ficção por meio das perspectivas da Desconstrução derridiana e da Psicanálise freudiana-junguiana. É líder do grupo de pesquisa (CNPq/UNESP) Vertentes do Fantástico na Literatura, coordenador do GT ANPOLL Vertentes do Insólito Ficcional e membro dos grupos de pesquisa (CNPq/UERJ) Estudos do Gótico e Nós do Insólito.

Referências

ARENDT, Hannah. Sobre a violência. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

BELO, Warley Rodrigues. A laranja mecânica – comentários criminológicos sobre a violência juvenil. Revista do CAAP, 2001, n. 1, p. 355-386. Disponível em: <https://revistadocaap.direito.ufmg.br/index.php/revista/article/view/135>. Acesso em: 28 mai. 2021.

BURGESS, Anthony. Laranja mecânica. Trad. Fábio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2012a.

BURGESS, Anthony.. A condição mecânica. In: BURGESS, Anthony. Trad. Fábio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2012b. p. 296-313.

BURGESS, Anthony. Geleia mecânica. In: BURGESS, Anthony. Trad. Fábio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2012c. p. 314-321.

BURGESS, Anthony.. De uma entrevista inédita com Anthony Burgess. In: BURGESS, Anthony. Trad. Fábio Fernandes. São Paulo: Aleph, 2012d. p. 330-336.

CLAEYS, Gregory. The Origins of Dystopia: Wells, Huxley and Orwell. In: CLAEYS, Gregory (Ed.). The Cambridge Companion to Utopian Literature. New York: Cambridge University Press, 2010a. p. 107-131.

FITTING, Peter. Utopia, Dystopia and Science Fiction. In: CLAEYS, Gregory (Ed.). The Cambridge Companion to Utopian Literature. New York: Cambridge University Press, 2010b. p. 135-153.

HAY, William. Three Hundred Years Hence. London: Newman & Co., 1881.

HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

HUXLEY, Aldous. Admirável mundo novo. 21. ed. São Paulo: Globo, 2001.

MORE, Thomas. A Utopia. São Paulo: Martin Claret, 2007.

OLIVEIRA, Priscilla Pellegrino de. A ordem e o caos: diferentes momentos da literatura distópica de ficção científica. 2010. 95 f. Dissertação (Mestrado em Letras). Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ. Disponível em: <https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UERJ_01a1c302ae5abd33d4f304448307fc68>. Acesso em: 15 mai. 2021.

ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

ORWELL, George. A revolução dos bichos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martin Claret, 2001.

SARGENT, Lyman Tower. Utopianism: A Very Short Introduction. New York: Oxford University Press, 2010.

WEBSTER, John. The White Devil. Manchester: Manchester University Press, 1996.

WELLS, H. G. A guerra dos mundos. Rio de Janeiro: Suma, 2016.

Downloads

Publicado

2023-12-20

Como Citar

SANT'ANA, Samuel Renato Siqueira; ROSSI, Cido. Horrorshow: a ultraviolência como elemento distópico em Laranja mecânica. Literartes, São Paulo, Brasil, v. 1, n. 18, p. 80–102, 2023. DOI: 10.11606/issn.2316-9826.literartes.2023.187893. Disponível em: https://journals.usp.br/literartes/article/view/187893.. Acesso em: 12 maio. 2024.