Entre a entidade terrena e deífica de Beatriz: transfigurações da musa dantesca em Vida Nova e na Divina Comédia

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i43p36-50

Palavras-chave:

Beatriz, Dante Alighieri, A Divina Comédia, Vida Nova

Resumo

Neste estudo, centrar-nos-emos na inspiração máxima de Dante Alighieri, Beatriz. Um dos grandes trunfos da musa – e de Dante, ao construí-la de forma tão elaborada – encontra-se na transmutação que a personagem recebe nas obras de Dante: no amor cortês e stilnovista de Vida Nova, na filosofia de Convívio, e nas alegorias e na teologia de A Divina Comédia, é possível, através dela, tecer uma representação não apenas da intelectualidade do homem medieval, mas também das diferentes  representações da  mulher na literatura do trecento. É na personagem que também encontramos o maior símbolo desta escola literária italiana, que nos permitirá divisar o auge da concepção da mulher como figura beatificada na Idade Média. Beatriz, como uma figura profética, traz consigo a gênese da literatura italiana. Por exprimir tal efeito de transformação em cada obra dantesca e por se constituir de sentidos que se suplementam e, ao mesmo tempo, que denotam a mudança gradual da personagem, iniciaremos tratando da gênese de Beatriz em Vida Nova até sua transfiguração post mortem na Comédia.

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Publicado

2021-12-31

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Como Citar

Ribeiro, A. C. do N. ., & Cavalheiro, J. dos S. . (2021). Entre a entidade terrena e deífica de Beatriz: transfigurações da musa dantesca em Vida Nova e na Divina Comédia. Revista De Italianística, 43, 36-50. https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i43p36-50