Oficinas de italiano e crioulo haitiano para todos: línguas adicionais em um Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i42p158-175Palavras-chave:
Educação de jovens e adultos, Escola pública, Italiano como língua adicional, Crioulo haitiano como língua adicionalResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar o Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Perus I – instituição educacional da rede pública municipal de São Paulo (SP) – e duas atividades extracurriculares desenvolvidas nessa escola: as oficinas de italiano e de crioulo haitiano. Visando a atingir esse objetivo, primeiramente, discorremos sobre tal instituição, cujas práticas de ensino são fortemente embasadas pelos postulados de Paulo Freire (1974, 1996), autor que defende a ideia de que a educação é um direito que deve ser garantido a todos. Posteriormente, abordamos o funcionamento dessas atividades extracurriculares, concentrando-nos nas oficinas de italiano e crioulo haitiano como línguas adicionais. Tais oficinas são espaços públicos e coletivos de construção colaborativa de conhecimentos e reflexões críticas sobre essas línguas e suas respectivas culturas, o que permite aos participantes dessas atividades extracurriculares refletir, também, sobre a sua própria língua e a sua própria cultura. Baseando-nos nos postulados desse importante educador brasileiro, é possível dizer que essas oficinas são consideradas, de certa maneira, uma medida de justiça social, pois são públicas e gratuitas e têm como principal escopo a deselitização do ensino-aprendizagem de línguas adicionais.
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