De onde vem o sotaque em italiano?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i40p94-113Palavras-chave:
Pronúncia do italiano, Fonética, Fonologia, Análise contrastivaResumo
Há uma ideia difundida de que a dificuldade de pronúncia de uma língua estrangeira situa-se na produção dos sons inexistentes na língua materna. Sem negar essa interferência, o que se procura mostrar neste artigo é que o problema do sotaque vai além disso: no caso do italiano, o domínio dos sons diferentes não é um problema para a aquisição de uma boa pronúncia por parte do falante brasileiro, uma vez que todos os sons do italiano também existem em português. Até mesmo as consoantes duplas ocorrem em português, como se comprova com dados exemplificativos. Apesar disso, há problemas de pronúncia e o sotaque do brasileiro é evidente. O problema, portanto, não se situa no desconhecimento dos fones, mas deve ter origem em outros fatores. A hipótese aqui apresentada considera que o sotaque do brasileiro decorre de dois fatores: (a) da diferença do contexto em que os fonemas aparecem no português e no italiano; e (b) da diferença das regras fonológicas que operam nas duas línguas. Além disso, haveria ainda a questão entonacional, que não é abordada aqui. Para fundamentar e comprovar a análise proposta, são apresentadas considerações sobre o funcionamento fonético e fonológico do italiano e do português.
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