As representações do corpo feminino na poesia moçambicana: dos grilhões à liberdade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.i27p23-36Palavras-chave:
Corpo feminino, Poesia moçambicana, Corpo erotizado, Corpo liberto, Autoria FemininaResumo
Nas últimas décadas, o corpo feminino tem sido ressignificado enquanto categoria analítica e compreendido em sua concretude sócio-histórica, não mais subsumido em sua condição meramente biológica. Sabemos que o corpo feminino, de modo geral, sofreu espoliação e repressões várias ao longo do processo histórico de estruturação da sociedade; ainda assim, o corpo negro foi o maior vilipendiado, tendo sido exposto a violações das mais diversas ordens, até mesmo em sua dimensão ontológica. Partindo desse pressuposto, o propósito deste estudo é analisar a produção lírica de cinco poetas moçambicanas – Lica Sebastião, Sónia Sultuane, Melita Matsinhe, Rinkel e Deusa d’África – a fim de desconstruir o imaginário histórico de subjugação a partir de representações possíveis de corpo erotizados e liberados em poemas contemporâneos. Para embasar tal estudo, nos apoiaremos na tipologia do corpo de Elódia Xavier (2007), Hooks (2019), entre outros autores.
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