Paulo Freire e o legado de uma educação partidária em prol da práxis do oprimido
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v26i2p73-88Palavras-chave:
Paulo Freire, Educação, Política, Legado, PráxisResumo
Este artigo tem como objetivo argumentar a favor de um posicionamento partidário1 à educação, a partir da leitura das obras de Paulo Freire, especialmente Pedagogia do oprimido (1987), A importância do ato de ler (1989) e Pedagogia da autonomia (2002). Com o advento do “Escola sem partido” (2014), houve um aumento considerável de materiais que repercutiram as contradições e os antagonismos latentes da educação, difundidos na imprensa e nas redes sociais. Muitas informações são afirmações críticas ao projeto educacional freiriano, declarações que enfatizam uma educação ultrapassada, subjetivista, anárquica e doutrinária política, contrária a uma educação “livre” e “imparcial”. Em um giro dialético, este artigo defende que o legado de Freire é e deve ser considerado partidário, que a política está na educação e que nenhum “ponto de vista” é “imparcial”, mas parcial na defesa de alguma causa.
Downloads
Referências
BROWN, Wendy. States of injury: power and freedom in late modernity. New Jersey: Princeton University Press, 1995.
DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: el estado de la deuda, el trabajo del duelo y la nueva internacional. Madrid: Trotta, 1998.
FIORI, Ernani Maria. Prefácio. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p. 7-22.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1989.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2004.
GADOTTI, Moacir. O IPF e o legado de Paulo Freire. Revista de Ciências da Educação, Lorena, v. 2, n. 3, p. 231-241, 2000.
GADOTTI, Moacir. Por que continuar lendo Freire? Buenos Aires: Clacso, 2003.
IACONNELLI, Vera. Risco mimimi em números. Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 abr. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vera-iaconelli/2019/04/risco-mimimi-em-numeros.shtml. Acesso em: 15 abr. 2021.
INVESTIGAÇÃO aponta assessor de Bolsonaro como responsável por página de fake news derrubada pelo Facebook. G1, Rio de Janeiro, 8 jul. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/07/08/investigacao-aponta-assessor-de-bolsonaro-como-responsavel-de-pagina-de-fake-news-derrubada-pelo-facebook.ghtml. Acesso em: 27 out. 2021.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio – uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.
LÖWY, Michael. Marxismo contra positivismo. São Paulo: Cortez, 2018.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2017, v. 1.
O GLOBO. ‘Economist’ critica a era da ‘pós-verdade’ na política. O Globo, Rio de Janeiro, 8 out. 2016. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/economist-critica-era-da-pos-verdade-na-politica-20258867. Acesso em: 27 out. 2021.
OLIVEIRA, Vinicius André de. Paulo Freire: o patrono do atraso. Agrolink, [s. l.], 15 ago. 2018. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/colunistas/coluna/paulo-freire---o-patrono-do-atraso_410039.html. Acesso em: 28 abr. 2021.
PENNA, Fernando de A. A escola sem partido como chave do fenômeno educacional. In: FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Escola “sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro: LPP/ UERJ, 2017. p. 35-48.
SAVIANI, Demerval. A crise política no Brasil, o golpe e o papel da educação na resistência e na transformação. In: LUCENA, Carlos; PREVITALI, Fabiane Santana; LUCENA Lurdes. A crise da democracia brasileira. Uberlândia: Navegando, 2017. p. 215-232
SOUZA, Marcele; TOLEDO, Giuliana de. Legado de Paulo Freire é defendido por uns e odiado por outros. Revista Galileu, Rio de Janeiro, 2 maio 2017. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2017/05/legado-de-paulo-freire-e-defendido-por-uns-e-odiado-por-outros.html#:~:text=%E2%80%9CTudo%20que%20a%20gente%20faz,%E2%80%9D%2C%20orgulha-se%20Nogueira. Acesso em: 28 abr. 2021.
SZONDI, Peter. Teoria do drama moderno. São Paulo, Cosac Naify, 2001.
ŽIŽEK, Slavoj. A marioneta e o anão: o cristianismo entre perversão e subversão. Lisboa: Relógio d’Água, 2006.
ŽIŽEK, Slavoj. Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Lucia de Fatima Valente, Thalles Valente de Paiva
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autorizo a publicação do artigo submetido e cedo os direitos autorais à revista, na versão impressa e eletrônica, caso o mesmo seja aprovado após a avaliação dos pareceristas.
Estou ciente de que os leitores poderão usar este artigo sem prévia solicitação, desde que referidas a fonte e a autoria. Os leitores não estão autorizados a usar este artigo para reprodução, na integra ou em partes, para fins comerciais.