A produção de uma memória discursiva na série de reportagens: “Joga que nem mulher”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v25i2p31-43Palavras-chave:
Gênero, Esportes, Mulheres, Mídias digitais, DiscursoResumo
O artigo, a partir das contribuições do pensamento de Michel Foucault, assim como dos estudos de gênero, analisa a produção de uma memória discursiva na série de reportagens “Joga que nem mulher” veiculada pela RBS TV. Metodologicamente, trata-se de uma análise do discurso, na qual se questionam os modos como a produção discursiva enunciada na série oportuniza rearranjos das posições das mulheres nos esportes. Através das análises, destaca-se que o enunciado reitor “Joga que nem mulher” opera como memória de combate, contrapondo-se à expressão “Joga que nem homem”, flexibilizando a ação de jogar e sinalizando que jogar também é atividade feminina. Desse modo, verifica-se a importância do enunciado reitor veiculado pela série, já que provoca alterações nos discursos acerca das mulheres nos esportes, contribuindo com a difusão de outros modos de enunciação.
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