Teoria social e neurociência

Autores

  • Stephen Turner Universidade do Sul da Flórida. Departamento de Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0103-20702014000200005

Resumo

A questão-chave para tentar aplicar os resultados da neurociência a tópicos sociais é a correspondência: qual é a relação entre os conceitos sociais ordinários ou os conceitos da ciência social e suas realizações físicas no cérebro? A resposta depende do que se apresenta para a correspondência em cada um dos lados. Os conceitos da ciência social elaborados sob a influência do modelo padrão de ciência social são fontes de correspondência piores do que os conceitos da ciência social, especialmente da sociologia do final do século XIX, antes da disciplinarização. Nesse período, sociólogos e teóricos sociais estavam interessados nas questões suscitadas por Darwin e pelos estudos de cooperação entre animais. O modelo padrão de ciência social, em contraste, pressupõe uma noção de cultura com pobres correlatos cerebrais. As ideias teóricas dessa geração anterior, como a de Franklin Giddings sobre a consciência de semelhança, a de C. H. Cooley sobre o self especular, a de Max Weber sobre empatia, além do interesse pela imitação e pela socialização da criança, oferecem correlatos melhores para a atual neurociência.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Amodio, D. & Mendoza, S. A. (2010), “Implicit intergroup bias: cognitive, affective, and motivational underpinnings”. In: B. Gawronski and B. K. Payne (orgs.).

Handbook of implicit social cognition: measurement, theory, and applications. Nova York, Guilford Press.

Cooley, C. H. (1902), Human nature and the social order. Nova York, Scribner’s.

Dapretto, M. & Pfieffer, J. (2009), “Mirror, mirror in my mind: empathy, interpersonal competence, and the mirror neuron system”. In: Decety, J. & Ickes, W. (orgs.). The social neuroscience of empathy. Cambridge, mit Press.

Darwin, C. (1874), The descent of man and selection in relation to sex. Nova York, Hurst and Co.

Decety, J. & Lamm, C. (2006), “Human empathy through the lens of social neuroscience”. Scientific World Journal, 6: 1146-1163.

Decety, J. & Lamm, C. (2009), “Empathy versus personal distress: recent evidence from social neuroscience”. In: Decety, J. & Ickes, W. (orgs.). The social neuroscience of empathy. Cambridge, mit Press.

Dinstein, I. (2008), “Human cortex: reflections on mirror neurons”. Current Biology, 18 (20): 956-959.

Downey, G. (2008), “Scaffolding imitation in capoeira: physical education and enculturation in an Afro Brazilian art”. American Anthropologist, 110 (2): 204-213.

Espinas, A. V. ([1877] 1924) Des sociétés animales: étude de psychologie comparé. Nova York, Stechert.

Gibson, J. J. (1977), “The theory of affordances”. In: Shaw, R. & Bransford, J. (orgs.). Perceiving, acting, and knowing. Hillsdale, nj, Erlbaum.

Giddings, F. H. (1922), Studies in the theory of human society. Nova York, Macmillan.

Gopnik, A. & Repacholi, B. (1997), “Early understanding of desires: evidence from 14 and 18-month-olds”. Developmental Psychology, 33 (1): 12-21.

Gopnik A. & Slaughter, V. (1991), “Young children’s understanding of changes in their mental states”. Child Development, 62: 98-110.

Hickok, G. (2009), “Eight problems for the mirror neuron theory of action understanding in monkeys and humans”. Journal of Cognitive Neuroscience, 21 (7):1229-1243.

Iacoboni, M. (2008), Mirroring people: the new science of how we connect with others. Nova York, Farrar, Straus and Giroux.

Kropotkin, P. (1902), Mutual aid: a factor of evolution. Londres, W. Heinemann.

O’Neill, D. K. & Chong, S. C. F. (2001), “Preschool children’s difficulty understanding the types of information obtained through the five senses”. Child Development, 72: 803-815.

Rizzolatti, G. (2006), Mirrors in the brain: how our minds share actions, emotions, and experience. Nova York, Oxford University Press.

Simmel, Georg. (1910), “How is society possible?”. American Journal of Sociology, 16 (3): 372-391.

Simpson, T.; Stich, S; Carruthers, P. & Laurence, S. (2007), “Introduction: culture and innate mind”. In: Stich, S; Carruthers, P. & Laurence, S. (orgs.). The innate mind. Vol. 2: Culture and cognition. Oxford, Oxford University Press.

Tomasello, M. & Carpenter, M. (2005), “Intention reading and imitative learning”. In: Hurley, S. & Chater, N. (orgs.). Perspectives on imitation: from neuroscience to social science. Cambridge, mit Press, vol. 1.

Tomasello, M. (2009), Why we cooperate. Cambridge, mit Press Tooby, John & Cosmides, Leda. (1992), “The psychological foundations of culture”. In: Barkow, J.; Cosmides, L. & Tooby, J. (orgs.). The adapted mind. Cambridge, Oxford University Press.

Turner, Stephen (2010), Explaining the normative. Cambridge, Polity Press.

Downloads

Publicado

2014-12-01

Edição

Seção

Dossiê - Fundamentos da Sociologia

Como Citar