Conservá-las em museus quando de interesse scientifico: a coleção de remanescentes humanos na trajetória do Museu Técnico Científico do Instituto Oscar Freire (MTCIOF)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v28i2e-223023Palavras-chave:
Museus, Restos Mortais, ÉticaResumo
Este artigo se baseia em referências bibliográficas sobre a história da Medicina Legal e a musealização de remanescentes humanos, além da documentação institucional, para entender a trajetória do Museu Técnico-Científico do Instituto Oscar Freire enquanto recurso pedagógico identitário no contexto de consolidação da especialidade médico-legal na cidade de São Paulo do século XX. Nesse sentido, aborda-se a trajetória institucional do museu pari passu com a história da Medicina Legal relacionada ao instituto que o abriga e à reflexão acerca do lugar de remanescentes humanos em instituições museológicas. Fundamentar uma proposta de atuação para a guarda, a recuperação, a pesquisa e a extroversão dessa coleção demanda, sobretudo, entender qual é a realidade da cultura material que a enverniza. Conforme avança a argumentação, fica evidente a missão ética de se construir um discurso museológico capaz de refletir sobre as temáticas sensíveis ao mesmo tempo que possa zelar pela dignidade das pessoas representadas por seus remanescentes. A contextualização histórica e as ações de conservação figuram, então, como os recursos imprescindíveis para a execução dessa proposta. Em última análise, é na construção de uma biografia, historicamente nuançada, dos remanescentes humanos musealizados que reside um caminho promissor para a guarda tanto de sua integridade material quanto de sua dignidade.
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