Ser fumante em um mundo antitabaco: reflexões sobre riscos e exclusão social

Autores

  • Mary Jane P. Spink Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000300002

Palavras-chave:

Estilos de Vida Arriscados, Tabagismo, Práticas Discursivas

Resumo

Esta pesquisa foi realizada no contexto das atuais medidas para controle do tabagismo e teve por objetivo entender os sentidos do ato de fumar para os fumantes e a maneira como vivenciam as pressões para cessar de fumar. Com base em 50 entrevistas com diferentes segmentos de uma universidade paulista (professores, funcionários de carreira e terceirizados, alunos de graduação e de pós-graduação), a análise focalizou três aspectos: por que as pessoas fumam, a ambivalência entre o prazer de fumar e os malefícios do tabaco, e as experiências de discriminação de fumantes. Concluiu-se que, na perspectiva da Saúde Coletiva, é necessário informar o público sobre os riscos associados ao tabagismo, contrapor os danos aos efeitos sedutores da publicidade da indústria tabagística e oferecer apoio para os que desejam cessar de fumar. Entretanto, para além dessas medidas, é preciso também entender o ponto de vista dos fumantes para os quais o tabaco ainda é uma droga legalizada que produz efeitos positivos, apesar de causar dependência física e psicológica, havendo, portanto, muitos obstáculos a serem enfrentados para dar fim a esse hábito. Tal cenário de múltiplas dificuldades nos leva a indagar se fumar não se enquadraria nos estilos de vida arriscados para os quais são pertinentes as abordagens voltadas à redução de danos.

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Publicado

2010-09-01

Edição

Seção

Parte I - Artigos

Como Citar

Spink, M. J. P. (2010). Ser fumante em um mundo antitabaco: reflexões sobre riscos e exclusão social . Saúde E Sociedade, 19(3), 481-496. https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000300002