Terapia ocupacional social: contribuições epistemológicas para um giro decolonial
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902022200484ptPalavras-chave:
Terapia ocupacional/tendências, Decolonialidade, Colonialidade/modernidade, EpistemologiaResumo
Este ensaio tem como objetivo trazer reflexões acerca das contribuições da terapia ocupacional social com base nos estudos decoloniais latino-americanos, a fim de realizar um giro decolonial na área. O texto toma como hipótese que os debates e os referenciais teóricos e metodológicos constituídos por esse subcampo foram — e são — importantes para um movimento de desobediência epistêmica. Entende-se que a terapia ocupacional social se desenvolve como uma proposta contra-hegemônica dentro de um contexto profissional centralmente pautado em perspectivas anglo-saxônicas, que universalizam a experiência euro-norte-americana fincada em relações hierárquicas de colonialidade. Alguns elementos que evidenciam esse fato dizem respeito a uma práxis terapêutico-ocupacional social pautada nas compreensões dialéticas sobre indivíduo-coletivo e cotidiano-estrutura social. Assim, desenvolvemos esses elementos de maneira mais detalhada nos tópicos: (1) a questão social e o compromisso ético-político: articulador social para decolonizar; (2) descentrando referenciais: conhecimentos outros para decolonizar; (3) entre o macro e microssocial: articulação entre dimensão sócio-histórica e cultural, vida cotidiana e atividade para decolonizar; e (4) ação individual-coletiva e territorial-comunitária: superação de práticas individualizadas e individualizantes para decolonizar. Cabe destacar que a terapia ocupacional social ainda necessita de avanços nessa discussão para ser capaz de adensar esse debate dentro de sua complexidade histórica e contemporânea.
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