Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-12902020190149Palavras-chave:
Doença Crônica, Relação Médico-Doente, Diagnóstico, TratamentoResumo
As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por um alto índice de mortalidade no Brasil. Do ponto de vista socioantropológico, elas são exemplares na ilustração da experiência do mundo do doente em todas as dimensões da sua vida, tanto nos aspectos simbólicos como socioeconômicos e na sua interação com os profissionais da saúde. A teoria da ordem negociada, de Isabelle Baszanger, inspirada na perspectiva interacionista, trata da relação médico-paciente diante da doença crônica em que se estabelece uma condição de negociação permanente entre os dois polos. Contrariando a ideia do doente como um agente meramente passivo, a teoria mostra o seu protagonismo onde o médico precisará participar dessa negociação. Essa construção se desenvolve em todas as esferas da vida social: trabalho, família, serviços e profissionais de saúde, nos quais o doente procura a manutenção de sua inserção social. Assim, para o doente, trata-se, antes de tudo, da gestão de sua identidade, em que ele se apropriará de técnicas de controle de sintomas e do tratamento, a fim de manter ou restabelecer uma vida “normal”. Esse ensaio busca revisitar essa teoria dialogando com outros autores e através de reflexões advindas pesquisas etnográficas anteriores.
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