"O Eclipse da Razão": a loucura em "Crime e Castigo"
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2021.190697Palavras-chave:
Dostoiévski, Loucura, Modernidade, AmorResumo
Neste artigo, propomos que o romance Crime e castigo, de Dostoiévski, sugere um olhar metafísico sobre a loucura, contrapondo-o a uma percepção imediatamente adversa àquele orgânico e patológico empreendido pela psiquiatria alienista que surge no século XIX. Buscamos demonstrar que Dostoiévski, afastando-se do entendimento psiquiátrico da época – que aliava controle de corpos com formas de exclusão social, legitimando a loucura como “doença” – entendia a “desrazão”, atrelada ao amor e ao sofrimento, como parte de uma penitência necessária para a superação do estado de sofrimento psíquico. Desta forma, esse artigo discute uma escrita da loucura como crítica de uma perspectiva desse fenômeno como “doença mental”.
Downloads
Referências
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. A aventura da modernidade. Tradução de Carlos Felipe Moisés e Ana Maria L. Ioriatti. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2007.
CANDIDO, Antonio. “Crítica e sociologia”. In: Literatura e sociedade, 9ª edição. Rio de Janeiro: Editora Ouro sobre o Azul, 2006.
CERTEAU, Michel de. “A história, ciência e ficção”. In: História e psicanálise: entre a ciência e a ficção. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
CERTEAU, Michel de. “A Operação Historiográfica”. In: A escrita da História. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Crime e castigo. Tradução, posfácio e notas de Paulo Bezerra. 7ª edição. São Paulo: Editora 34, 2016.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização, tradução e revisão técnica de Roberto Machado. 10ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019.
FOUCAULT, Michel. História da loucura: na idade clássica. Tradução de José Teixeira Coelho Netto São Paulo: Editora Perspectiva, 2017.
LIMA, Fernanda Priscilla de. “A loucura em Dostoiévski: uma análise sobre o personagem de Crime e Castigo”. Anais do EVINCI – UniBrasil, v.1/n.1, Curitiba, 2015, 16 páginas. Disponível em: <https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/884/860>.
LUKÁCS, Georg. “Dostoievski”. In: Ensaios sôbre literatura. Tradução de Élio Gaspari. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.
MARQUES, Priscila Nascimento. “A Compaixão como Virtude e como Fardo: Anotações sobre o Par Sônia e Raskólnikov, de Crime e Castigo”. Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, v. 19/n. 1, Juiz de Fora, 2016, p. 216-232.
PALMA, Rodrigo Barbosa. A beleza reveladora da cicatriz. São Paulo: Mestrado Programa de Pós-Graduação em Língua e Literatura Francesa do Departamento de Letras Modernas, 2009. Dissertação.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Antonio Maurício Martins Neto, Carolina Linhares
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores que publicam na RUS concordam com os seguintes termos:
a. Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).