Duas palavras acerca da epígrafe de Turguêniev à novela Noites brancas, de Dostoiévski
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-4765.rus.2016.114015Palavras-chave:
Dostoiévski, Turguêniev, Noites brancas, epígrafeResumo
Este artigo tem como objetivo desvendar a função da epígrafe da novela Noites brancas (1848), de F. M. Dostoiévski, composta pelos três versos finais do poema “Flor” (1843), de I. S. Turguêniev. A função da epígrafe é analisada em dois planos: no explícito, tradicional, e num plano oculto, que revela seu significado apenas aos iniciados. No primeiro plano, a epígrafe de três versos, tomada isoladamente do texto-fonte de Turguêniev, focaliza a ideia do autor de Noites brancas dotando-se de um conteúdo específico no contexto da novela de Dostoiévski. No segundo plano, junto à reconstrução do contexto completo do poema “Flor”, nos mesmos versos poéticos revela-se de modo significativo um outro conteúdo, a princípio oposto à ênfase do autor de Noites brancas. Em suma, a epígrafe revela-se como polemicamente “fendida”, nela cruzam-se posições ideológicas e estéticas diametralmente opostas. Como destinatário da controversa, que é mantida no plano oculto do funcionamento da epígrafe, aparece I. S. Turguêniev, com quem, na década de 1840, Dostoiévski mantivera relações complexas de amizade e inimizadeDownloads
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