Patrimônio industrial desmistifica lendas da Segunda Guerra: uma nova história para o turismo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v34i1p278-294Palavras-chave:
Patrimônio Industrial, Lendas míticas, Segunda Guerra Mundial, Cultura Teuto-brasileira, TurismoResumo
O patrimônio industrial remanescente pode desvelar passados ocultos. A interface entre o Turismo e o Patrimônio, sendo ele material e imaterial, é latente nesta pesquisa. A pesquisa reconstrói a trajetória de uma indústria química em Santa Catarina, Brasil, cuja história fez parte da Segunda Guerra Mundial. Essa reconstituição dialoga com questionamentos a serem revistos, como mitos gerados, distâncias culturais da época e sentimentos de nacionalismo. A Guerra na Ucrânia (iniciada em 2022) trouxe consigo olhares para a destruição do patrimônio cultural que faz parte da memória de gerações, este acontecimento reforça a necessidade do estudo relacionado ao patrimônio turístico e histórico a fim de que se obtenham, além de sua preservação, registros históricos de seus legados. O objetivo deste artigo centrou em destacar a importância da memória para ampliar a atratividade turística de patrimônio industrial. Como resultado, o artigo possibilita revisitar a cultura teuto-brasileira do sul do Brasil e, ainda, desmistificar lendas nazistas.
Downloads
Referências
Albuquerque, M. C. & Silva, D. G. G. (2017). “Hail Arminius! O Pai dos Alemães!”: a construção mítica da Unificação Alemã entre 1808 e 1875. Revista Topoi RJ., 18 (35) https://doi.org/10.1590/2237-101X01803505
Araújo, M. P. N. & Santos, M. S. dos. (2007). História, memória e esquecimento: Implicações políticas. Revista Crítica de Ciências Sociais, 79, 95-111. https://doi.org/10.4000/rccs.728
Arendt, Hannah. (1963). “Eichmann em Jerusalém: Um Relato sobre a Banalidade do Mal”. Editora Companhia das Letras, 344 p.
Aughey, A. (2010). Anxiety and injustice: The anatomy of contemporary English nationalism. Nations and Nationalism, 16(3), 506-524. https://doi.org/10.1111/j.1469-8129.2009.00422.x
Bakhtin, M. Os Gêneros do Discurso. Editora 34, 176 p.
Barretto, M. (2003). La delicada tarea de planificar turismo cultural: Un estudio de caso con la “germanidad” de la ciudad de Blumenau-SC (Brasil). PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, vol. 1, núm. 1, janeiro, 2003, pp. 51-63. https://www.pasosonline.org/Publicados/1103/PASOS01.pdf
Barthes, R. (2009). Mitologias. Editora DFL, 4ª edição 258 p.
Campbell, J. (2008). The hero with a thousand faces (Vol. 17). New World Library. 418 p.
Campbell, J., & Moyers, B. (1990). O poder do mito. Palas Athena Editora, 272 p.
Campestrini, C. A. (2008). São Bento do Sul na Segunda Guerra Mundial. Editora JL Ltda.
Canuto, A. M., Jagnow, E. L., Correa, C. C. (2003). A Essência da Nossa História. Jaraguá do sul: Duas Rodas Associação Recreativa.
Cytrynowicz, M. M. (2007). Origens e trajetórias da indústria farmacêutica no Brasil. São Paulo: Narrativa Um, 192 p.
Dias, A. A. M. (2018). Observando o ódio: entre uma etnografia do neonazismo e a biografia de David Lane (Tese). DOI: https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.2018.1060866
Ferraz, F. C. A. (2015). Considerações historiográficas sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial: balanço da produção bibliográfica e suas tendências. Esboços: histórias em contextos globais, 22(34), 207-232. https://doi.org/10.5007/2175-7976.2015v22n34p207
Fouquet, C. (1974) O imigrante alemão e seus descendentes no Brasil, 1808-1824-1974. Instituto Hans Staden de Ciências, Letras e intercâmbio, 259 p.
Frotscher, M. (2015). A Lost Homeland, a Reinvented Homeland: Diaspora and the ‘Culture of Memory’in the Colony of Danube Swabians of Entre Rios. German History, 33(3), 439–461, https://doi.org/10.1093/gerhis/ghv085
Gade, D. W. (1994). Germanic Towns in Southern Brazil: Ethnicity and Change. Focus on Geography, 44 (1) Pages 1-6. https://doi.org/10.1111/j.1949-8535.1994.tb00066.x
Gertz, R. E. (1987). O fascismo no sul do Brasil: germanismo, nazismo, integralismo (Vol. 1). Mercado Aberto, 205 p.
Gertz, R. E. (1991). O perigo alemão. Porto Alegre Ed. UFRGS, 92p. 20
Hall, S. (2006). Identidade cultural e diáspora. Comunicação & Cultura, (1), 21-35. https://doi.org/10.34632/comunicacaoecultura.2006.n1
Hartmann, R., Lennon, J., Reynolds, D. P., Rice, A., Rosenbaum, A. T., & Stone, P. R. (2018). The history of dark tourism. Journal of Tourism History, 10(3), 269-295. https://doi.org/10.1080/1755182X.2018.1545394
Henkels, H. (2014) História de São Bento do Sul – Relatos a partir de Olimpio Schmidt e Hilário Brand. https://hhenkels.blogspot.com/2014/04/historia-de-sao-bento-do-sul-1-matex.html
Hobsbawm, E. (1990). Nações e nacionalismo desde 1780. Programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Editora Paz e terra, 278 p.
Levi, P., & Segre, C. (1976). Se questo è un uomo. Turin: Einaudi, 168 p.
Liebel, V. (2018). Os Alemães. São Paulo: Ed. Contexto, 320 p.
Liguori, F. P. (2017) O turismo obscuro e patrimônio edificado. Anais do XXIX Simpósio Nacional de História - contra os preconceitos: história e democracia. ISBN: 978-85-98711-18-8 https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502235151_ARQUIVO_Oturismoobscuroepatrimonioedificado.pdf
Luna, F. V., & Klein, H. S. (2014). The economic and social history of Brazil since 1889. Cambridge University Press, 454 p. https://doi.org/10.1017/CBO9781107337046
Machado, F. L. (1994). Luso-africanos em Portugal: nas margens da etnicidade. Sociologia: problemas e práticas, (14), 111-134.
Mafra, A. D. (2018) História do Poder Legislativo de São Bento do Sul. Edição: Poder Legislativo Municipal, Câmara de Vereadores de São Bento do Sul.
Malschitzky, D. (2010) Pequenas Histórias de São Bento – Memória oral de personagens de São Bento do Sul. São Bento do Sul: Editora Oficina da Impressão. 190 p.
Podoshen, J. S. (2013). Dark tourism motivations: Simulation, emotional contagion and topographic comparison. Tourism Management, (35), 263-271. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2012.08.002
Posner, P. (2018). O farmacêutico de Auschwitz. Globo Livros. 296 p. Rio de Janeiro – RJ
Seyferth, G. (1982). Nacionalismo e identidade étnica: a ideologia germanista e o grupo étnico teuto-brasileiro numa comunidade do Vale do Itajaí. FCC Edições, 223 p.
Stone, P., & Sharpley, R. (2008). Consuming dark tourism: A thanatological perspective. Annals of tourism Research, 35(2), 574-595. https://doi.org/10.1016/j.annals.2008.02.003
Tinson, J. S., Saren, M. A., & Roth, B. E. (2015). Exploring the role of dark tourism in the creation of national identity of young Americans. Journal of Marketing Management, 31(7-8), 856-880. https://doi.org/10.1080/0267257X.2014.995207.
Torcato, C. E. M.. (2016). A história das drogas e sua proibição no Brasil: da Colônia à República. Tese de Doutorado, USP. https://doi.org/10.11606/T.8.2016.tde-05102016-165617
Vasconcellos, O., Pfeiffer, A. (1991) São Bento, Cousas do nosso Tempo. 2 ed. São Bento do Sul: Edição dos Autores, 561 p.
Winter, J., Meira, A. L. (2019) Patrimônio industrial: elementos remanescentes em uma cidade de porte médio no Rio Grande do Sul. Anais do 3 Simpósio Científico do International Council on Monuments and Sites (ICOMOS/Brasil). https//www.even3.com.br/anais/IIISimposioICOMOSBrasil/148597-
Woortmann, E. F. (2000). Identidades e memória entre teuto-brasileiros: os dois lados do Atlântico. Horizontes antropológicos, 6, 205-238. https://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832000001400009
Wright, Q. (1942) A Study of War. Chicago: University of Chicago Press, 1965. 451 p.
Yin, R. K. (2001). Estudo de Caso: Planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi 2.ed. - Porto Alegre : Bookman, 105 p.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Shyarra Roberta Robl Becker, Diva de Mello Rossini, Luciano Torres Tricárico
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial na RTA.
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International que só permite uso não comercial e compartilhamento pela mesma licença, com sujeição do texto às normas de padronização adotada pela RTA.
2. A Revista pode solicitar transferência de direitos autorais, permitindo uso do trabalho para fins não-comerciais, incluindo o direito de enviar o trabalho a bases de dados de acesso livre ou pagos, sem a obrigação de repasse dos valores cobrados dos usuários aos autores.
3. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
4. A revista Turismo em Análise não cobra nada de seus autores para submissão ou publicação.
