Os limites do turismo ou o turismo como tragédia e farsa: uma análise da série Turismo Macabro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v33i2p404-412Palavras-chave:
David Farrier, Documentários turísticos, Tragédia e farsa, Turismo, Turismo MacabroResumo
O turismo foi historicamente tratado e empregado com um fim econômico, produzindo uma prática turística economicista e de massas, que mercantilizou a natureza, a paisagem e o ambiente, trazendo conflitos territoriais e mudanças culturais. O chamado Dark tourism é uma modalidade que está em crescimento e evidência, sendo recentemente colocada em pauta devido à série Dark Tourist (Netflix, 2018), em que o apresentador visita, sob uma perspectiva de turista, diversos tipos de fenômenos tidos como exóticos. Pretende-se nestas páginas fazer uma breve leitura crítica da série documental, centrada na relação do protagonista com os lugares visitados, em que as práticas e os fenômenos representados na série são vistos como reprodução das contradições do capital, materializadas em ações que consomem paisagens e ambientes, revisa falsamente a história e estereotipa a imagem do outro, mas que, se tratada de outra maneira, possui um potencial pedagógico.
Downloads
Referências
BBC News. (2018). Qué es el turismo oscuro, la tendencia en auge a visitar lugares marcados por la tragedia. BCC News Mundo. Disponível em: https://www.bbc.com/mundo/noticias-46395319.
Benjamin, W. (1940/1987). Sobre o conceito de história. In: Benjamin, W. Obras Escolhidas; Magia e Técnica, Arte e Política. 3 ed. p. 222-234. São Paulo: Brasiliense.
Canclini, N.G. (2015/1990). Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp.
Castro-Gómez, S. (2005). Ciencias sociales, violencia epistémica y el problema de la “invención del otro”. In: Lander, E. (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. p. 145-162. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales.
Dark Tourist. (2018). Dir. David Farrier, Paul Horan, New Zealand, Inglês, Netflix.
Debord, G. (2003). A sociedade do espetáculo. Brasil: Terravista. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/debord/1967/11/sociedade.pdf.
El Espectador. (2019). Turismo oscuro con un propósito más allá del económico y sin glorificar la delincuencia. El espectador. Disponível em: https://www.elespectador.com/turismo/turismo-oscuro-con-un-proposito-mas-alla-del-economico-y-sin-glorificar-la-delincuencia-article-884396/.
El Tiempo. (2021). La macabra práctica turística que está de moda. El tiempo. Disponível em: https://www.eltiempo.com/vida/viajar/que-es-el-turismo-oscuro-una-tendencia-que-va-creciendo-en-el-mundo-403322.
Fletcher, R. (2016). Tours caníbales puestos al día: La Ecología Política del turismo. Ecología Política, 52, p. 26-34. Disponível em: https://www.ecologiapolitica.info/?p=6670.
Gomes, M. P. (2019). Antropologia: ciência do homem, filosofia da cultura. 2. ed. São Paulo: Contexto.
Hernanz, C. (2019). Turismo oscuro: cuando la tragedia es el reclamo. RFI. Disponível em: https://www.rfi.fr/es/sociedad/20190816-turismo-oscuro-cuando-la-tragedia-es-el-reclamo.
Martínez, M. (2022). Aumenta el morbo de viajar a los lugares más macabros del planeta: El fenómeno global del tanatoturismo. El cierre digital. Disponível em: https://elcierredigital.com/turismo-y-viajes/145434007/aumenta-tanatoturismo-fenomeno-global-morbo-viajar-lugares-macabros.html.
Marx, K. (2011). O 18 Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo.
Molina, M., & Skinner, J. (2022). El turismo oscuro, un fenómeno que fascina a la humanidad. Semana. Disponível em: https://www.semana.com/mundo/articulo/el-turismo-oscuro-un-fenomeno-que-fascina-a-la-humanidad-en-que-consiste/202256/.
OMT, Organização Mundial do Turismo. (2022). Entender el turismo: Glosario. Disponível em: https://www.unwto.org/es/glosario-terminos-turisticos.
Palomino, A. R. (2014). La seducción del Dark Tourism. Trabajo de grado en Turismo. Universidad de Málaga. https://riuma.uma.es/xmlui/bitstream/handle/10630/8399/TFG%20DEFINITIVO%202.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Silver, M. (2018). Netflix travel show ‘Dark Tourist’ isn’t worth the trip. The Whashington Post. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/express/wp/2018/07/22/dark-tourist-review-david-farriers-netflix-travel-show-isnt-worth-the-trip/.
Souza, M. L. (2018). Quando o trunfo se revela um fardo: reexaminando os percalços de um campo disciplinar que se pretendeu uma ponte entre o conhecimento da natureza e o da sociedade. Geousp – Espaço e Tempo, 22 (2), p. 274-308. https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/147381.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Dorival Bonfá Neto
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial na RTA.
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International que só permite uso não comercial e compartilhamento pela mesma licença, com sujeição do texto às normas de padronização adotada pela RTA.
2. A Revista pode solicitar transferência de direitos autorais, permitindo uso do trabalho para fins não-comerciais, incluindo o direito de enviar o trabalho a bases de dados de acesso livre ou pagos, sem a obrigação de repasse dos valores cobrados dos usuários aos autores.
3. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
4. A revista Turismo em Análise não cobra nada de seus autores para submissão ou publicação.