Experiência de geodiversidade do turista no Parque Nacional do Iguaçu (Paraná, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v32i2p389-412Palavras-chave:
Geoturismo, Experiência turística, Paisagem natural, Unidade de conservação, Educação ambientalResumo
A pesquisa investigou se a geodiversidade faz parte da experiência do turista, na trilha das Cataratas do Parque Nacional do Iguaçu no Brasil. O turista foi a unidade de análise. Na coleta das informações em campo foi usado o método Shadowing, com abordagem qualitativa. A elas somaram-se levantamento documental e bibliográfico, que foram tratadas pelo método de Análise de Conteúdo e interpretadas com base no aporte conceitual do turismo e domínios da experiência do modelo pine-gilmoriano, da geodiversidade e do geoturismo. A pesquisa foi realizada em área de visitação do Parque Nacional do Iguaçu, na trilha das Cataratas. Este é o trajeto onde o turista tem melhor visão das cataratas e é a única atividade já incluída no ingresso do parque. O estudo concluiu que os turistas não identificam espontaneamente o que veem como geodiversidade. Ou seja, não percebem os processos naturais – incluindo os geológicos, hidrológicos e geomorfológicos –, necessários para a formação daquela paisagem que os atrai, ou ainda, a percepção dos elementos abióticos explícitos envolvidos, tais como rochas e revelo. Os termos mencionados pelos turistas sobre esses elementos são os componentes da paisagem que lhes é mostrada.
Downloads
Referências
Beni, M.C. (2002) Análise estrutural do turismo (7ª ed.). São Paulo, Brasil: Editora SENAC.
Bezerra, L.T. (2019). Experiência Memorável de Turistas em Natal-RN. Revista Turismo em Análise, 30(3), 480-495. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v30i3p480-495
Brasil (2011). SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas: Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006. Ministério do Meio Ambiente, 76 p. https://antigo.mma.gov.br/legislacao/areas-protegidas
Brilha, J. (2005). Património Geológico e Geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente geológica. Viseu, Portugal: Palimage Editores.
Boven, L.V. & Gilovich, T. (2003). To Do or to Have? That Is the Question. Joumal of Personality and Social Psychology , 85(6), 1193-1202. https://doi.org/10.1037/0022-3514.85.6.1193
Carcavilla, L. (2012). Geoconservación: un recorrido por lugares geológicos excepcionales para entender cómo y por qué debemos protegerlos. Madrid, España: Instituto Geológico y Minero de España/Catarata.
Carter, T.J. & Gilovich, T. (2010). The The relative relativity of material and experiential purchases. Journal of Personality and Social Psychology, 98(1), 146-159. https://doi.org/10.1037/a0017145
Cataratas do Iguaçu S.A. (2021). Mapa turístico do Parque Nacional do Iguaçu. https://cataratasdoiguacu.com.br/mapas/
Cohen, E. (1979). A phenomenology of tourist experience, Sociology, 13(2), 179-201. https://doi.org/10.1177/003803857901300203
Conti, E., Forlani, F. & Pencarelli, T. (2020). Visiting a cultural city in the experiential perspective: the case of Urbino. Il capitale cultural: Studies on the Value of Cultural Heritage, 21, 391-424. http://dx.doi.org/10.13138/2039-2362/2117
Costa, F. R. (2009). Turismo e patrimônio cultural: interpretação e qualificação. São Paulo, Brasil: Editora Senac São Paulo.
Creswell, J. (2010). Seleção de um projeto de pesquisa. In: J. Creswell, Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto (Tradução Magda Lopes, 3ª ed., 25-47). Porto Alegre, Brasil: Artmed.
Csikszentmihalyi, M. (1990). Flow: The Psychology of Optimal Experience. New York: Harper Collins, 303 p.
Cutler, S.Q. & Carmichael, B.A. (2010). The Dimensions of the Tourist Experience. In: M. Morgan, P. Lugosi, & J. R. B. Ritchie (Eds.), The Tourism and Leisure Experience: consumer and managerial perspectives (3-26). Bristol: Channel View Publications.
Gândara, J.M.G. (2018,julho). Comunicação oral apresentada em banca de defesa de mestrado de Rapanelli, R.V. (2018) no programa de pós-graduação em Turismo da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil.
Gândara, J.M.G.; Fraiz Brea, J.A. & Manosso, F.C. (2013). Calidad de la experiência em los hoteles termales de Galicia, España: un análisis a través de la reputación online. Estudios y Perspectivas en Turismo, 22, 492-525. https://www.estudiosenturismo.com.ar/PDF/V22/N03/v22n3a07.doc.pdf
Gray, M. (2013). Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature (2ª ed.). Oxford, United Kingdom: John Wiley & Sons.
Hose, T.A. (2012). 3G’s for modern geotourism. Geoheritage, 4, 7–24. https://doi.org/10.1007/s12371-011-0052-y
Houshold, I. & Sharples, C. (2008). Geodiversity in the wilderness: a brief history of geoconservation in Tasmania. Geological Society, 300, 257-272. doi:10.1144/SP300.20
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. (2002). Plano de Manejo do Parque Nacional do Iguaçu. Brasília, Brasil: Ministério do Meio Ambiente.
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2018). Plano de Manejo do Parque Nacional do Iguaçu. https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/plano-de-manejo/plano_de_manejo_do_parna_do_iguacu_fevereiro_2018.pdf
Jennings, G. (2006). Perspectives on quality tourism experiences: An introduction. In: G. Jennings & N.P. Nickerson (Eds.) Quality Tourism Experiences (1-22). Oxford, United Kingdom: Elsevier Butterworth-Heinemann.
Kolody, H. (1995). Cataratas Do Iguaçu. Viagem no espelho (2ª ed.). Curitiba, Brasil: Editora da UFPR.
Larsen, S. (2007). Aspects of a Psychology of the Tourist Experience. Scandinavian Journal of Hospitality and Tourism, 7(1), 7-18. https://doi.org/10.1080/15022250701226014
Licht, O.A.B. & Arioli, E. E. (2020). A photographic atlas of the architecture, flow geometry and morphology, and fácies of the Serra Geral Group (Paraná Igneous Province) in the state of Paraná, Brazil. Boletim Paranaense de Geociências 76(1), 1-69. DOI:10.5380/geo.v76i0
Maack, R. (1968). Geografia Física do Estado do Paraná. Curitiba, Brasil: Papelaria Max Roesner Ltda.
Marujo, N. (2016). Turismo, turistas e experiências: abordagens teóricas. Revista Turydes: Turismo y Desarollo, 20. http://hdl.handle.net/10174/20116
McDonald, S. (2005). Studying actions in context: a qualitative shadowing method for organizational research. Qualitative Research, 5(4), 455-473. https://doi.org/10.1177/1468794105056923
McDonald, S. & Simpson, B. (2014). Shadowing research in organizations: The methodological debates. Qualitative Research in Organizations and Management, 9(1), 3-20. https://doi.org/10.1108/QROM-02-2014-1204
Mehmetoglu, M. & Engen, M. (2011) Pine and Gilmore's Concept of Experience Economy and Its Dimensions: An Empirical Examination in Tourism. Journal of Quality Assurance in Hospitality & Tourism, 12(4), 237-255. https://doi.org/10.1080/1528008X.2011.541847
Minayo, M.C.S. (2017). Amostragem e saturação em pesquisa qualitativa: consensos e controvérsias. Revista Pesquisa Qualitativa, 5(7), 1-12. https://editora.sepq.org.br/rpq/article/view/82/59
Oh, H.; Fiore, A.M. & Jeoung, M. (2007). Measuring Experience Economy Concepts: Tourism Applications. Journal of Travel Research, 46(2), 119-132. https://doi.org/10.1177/0047287507304039
Pezzi, E. & Vianna, S.L.G. (2015). A Experiência Turística e o Turismo de Experiência: um estudo sobre as dimensões da experiência memorável. Revista Turismo em Análise, 26(1), 165-187. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v26i1p165-187
Pine II, B.J. & Gilmore, J.H. (1998). Welcome to the experience economy. Harvard Business Review, 76(4), 97-105. https://hbr.org/1998/07/welcome-to-the-experience-economy
Pine II, B.J. & Gilmore, J.H. (1999). The Experience Economy - Work is Theatre and Every Business a Stage. Boston, Massachusetts, United States of America: Harvard Business School Press.
Pine II, B.J. & Gilmore, J.H. (2000). La economia de la experiência: El trabajo es teatro y cada empresa um escenario. Buenos Aires, Argentina: Ediciones Granica S.A.
Pine II, B.J. & Gilmore, J.H. (2011). The Experience Economy (Update edition). Boston, Massachusetts, United States of America: Harvard Business Review Press.
Pires, P.S. (2011). Marco teórico-metodológico de los estudios del paisaje. Perspectivas de aplicación en la planificación del turismo. Estudios y Perspectivas en Turismo, 20(3), 522-541. https://www.estudiosenturismo.com.ar/PDF/V20/N03/v20n3a01.pdf
Rapanelli, R.V. (2018). A geodiversidade na experiência dos turistas do Parque Nacional do Iguaçu – PR, Brasil. [Dissertação de mestrado]. Universidade Federal do Paraná. https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/58063
Rapanelli, R.V. & Feger, J.E. (2018). Geodiversidad y turismo en las investigaciones académicas. Estudios y Perspectivas en Turismo, 27(3), 647-665. https://www.estudiosenturismo.com.ar/PDF/V27/N03/v27n3a09.pdf
Salamuni, R.; Salamuni, E.; Rocha, L. A. & Rocha, A. L. (2002) Parque Nacional do Iguaçu, PR - Cataratas de fama mundial. In: Schobbenhaus, C.; Campos, D. A.; Queiroz, E. T.; Winge, M.; & Berbert-Born, M. L. C. (Ed.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. DNPM/CPRM - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP) - Brasília. 1, 313-321. http://sigep.cprm.gov.br/sitio011/sitio011.htm
Serrano, E. & Ruiz, P. (2007). Geodiversidad: concepto, evaluación y aplicación territorial. El caso de Tiermes Caracena (Soria). Boletín de la A. G .E., 45, 79-98. https://bage.age-geografia.es/ojs/index.php/bage/article/view/640
Stamboulis, Y. & Skayannis, P. (2003). Innovation strategies and technology for experience-based tourism. Tourism Management, 24, 35–43. https://doi.org/10.1016/S0261-5177(02)00047-X
Trevisan, F. L. (2020). A visitação turística no Parque Nacional do Iguaçu. Boletim Goiano de Geografia, 40,1-24. https://doi.org/10.5216/bgg.v40i01.62736
Trigo, L.G.G. (2010). A viagem como experiência significativa. In: Trigo, L.G.G. Turismo de Experiência (21-42). São Paulo, Brasil: Editora SENAC.
Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. (2020). Sítios do Patrimônio Mundial Natural no Brasil. https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/expertise/natural-world-heritage.
Urry, J. (2001). O Olhar do Turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas 3. ed. São Paulo, Brasil: Studio Nobel e SESC.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Raquel Virginia Rapanelli, José Elmar Feger, Luiz Alberto Fernandes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial na RTA.
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International que só permite uso não comercial e compartilhamento pela mesma licença, com sujeição do texto às normas de padronização adotada pela RTA.
2. A Revista pode solicitar transferência de direitos autorais, permitindo uso do trabalho para fins não-comerciais, incluindo o direito de enviar o trabalho a bases de dados de acesso livre ou pagos, sem a obrigação de repasse dos valores cobrados dos usuários aos autores.
3. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
4. A revista Turismo em Análise não cobra nada de seus autores para submissão ou publicação.
