Uso de registro informatizado de imunização na vigilância de eventos adversos pós-vacina

Autores

  • Ana Paula Sayuri Sato Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia
  • Vinícius Leati de Rossi Ferreira Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia
  • Márcia de Cantuária Tauil Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia
  • Laura Cunha Rodrigues Faculty of Epidemiology and Population Health. London School of Hygiene and Tropical Medicine
  • Mariana Bernardes Barros Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia
  • Edmar Martineli Universidade de São Paulo. Centro de Tecnologia da Informação de São Carlos
  • Ângela Aparecida Costa Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Serviço Especial de Saúde de Araraquara
  • Marta Inenami Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Serviço Especial de Saúde de Araraquara
  • Eliseu Alves Waldman Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000295

Palavras-chave:

Vacinas, efeitos adversos. Registros Eletrônicos de Saúde, utilização. Programas de Imunização. Vigilância Epidemiológica.

Resumo

OBJETIVO: Descrever os eventos adversos pós-vacina ocorridos em crianças com até dois anos de idade e analisar a tendência desses eventos, entre 2000 e 2013, em Araraquara, SP, Brasil. MÉTODOS: Estudo descritivo com dados da vigilância passiva de eventos adversos pós-vacina, disponíveis no registro informatizado de imunização do prontuário eletrônico do serviço municipal de saúde (Sistema Juarez). As variáveis de estudo foram: idade, sexo, vacina, dose, manifestações clínicas e hospitalização. As taxas foram estimadas tomando-se os casos de eventos adversos pós-vacina como numerador e as doses aplicadas, como denominador. Estimou-se a sensibilidade da vigilância de eventos adversos pós-vacina aplicando-se o método proposto pelo Centers for Disease Control and Prevention. Para análise de tendência utilizou-se a regressão de Prais-Winsten, considerando o nível de significância de 5,0%. RESULTADOS: A taxa anual média de eventos adversos pós-vacina foi de 11,3/10.000 doses aplicadas, porém, sem tendência no período estudado (p  =  0,491). Houve predomínio de casos após a primeira dose (41,7%) e entre menores de um ano de idade (72,6%). As vacinas com componente pertussis, de febre amarela e de sarampo-caxumba-rubéola foram as mais reatogênicas. Destacou-se a frequência de episódio hipotônico hiporresponsivo e convulsão, com taxas de 4,1/10.000 e 1,5/10.000 doses de vacinas com componente pertussis, respectivamente, mais elevadas na primeira dose; 60,0% dos casos apresentaram sintomas nas primeiras 24 horas após a vacinação e 18,6% apresentaram-se após 96 horas. A sensibilidade da vigilância foi estimada em 71,9% e 78,9% para episódio hipotônico hiporresponsivo e convulsão, respectivamente. CONCLUSÕES: O sistema de vigilância de eventos adversos pós-vacina com base no registro informatizado de imunização mostrou-se útil e dotado de elevada sensibilidade para descrever o perfil de segurança das vacinas em um município de médio porte. Adicionalmente, a expressiva ampliação, na última década, das vacinas incluídas no esquema básico de vacinação na infância não alterou o elevado padrão de segurança do Programa Nacional de Imunizações.

Publicado

2018-01-29

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Sato, A. P. S., Ferreira, V. L. de R., Tauil, M. de C., Rodrigues, L. C., Barros, M. B., Martineli, E., Costa, Ângela A., Inenami, M., & Waldman, E. A. (2018). Uso de registro informatizado de imunização na vigilância de eventos adversos pós-vacina. Revista De Saúde Pública, 52, 4. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000295