Análise dos custos da teleconsulta para tratamento de diabetes mellitus no SUS
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2024058005433Palabras clave:
Consulta Remota, Custos e Análise de Custo, Diabetes Mellitus, Sistema Único de SaúdeResumen
OBJETIVO: Apresentar os resultados da análise de custos para a modalidade de consulta remota (teleconsulta) em comparação à consulta presencial, em pacientes com diabetes do tipo 2, no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, na cidade Joinville, Santa Catarina. Para além dos custos, sob a perspectiva do gestor local, o artigo também apresenta estimativas sob perspectiva do paciente, a partir dos custos de transporte associados a cada modalidade de consulta. MÉTODO: Foram coletados dados de 246 consultas, remotas e presenciais, entre 2021 e 2023, no contexto de um ensaio clínico randomizado sobre o impacto da teleconsulta realizado na cidade de Joinville, SC. As teleconsultas foram realizadas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as consultas presenciais no Centro de Saúde Especializada. Para o cálculo dos custos, foi utilizado o método de custos baseado em tempo e atividade (TDABC) e, para o cálculo dos custos relativos aos transportes dos pacientes, foram coletados dados diretamente com os participantes da pesquisa. Foram analisados e comparados descritivamente os custos médios e o tempo de realização de cada modalidade de consulta em diferentes cenários e perspectivas. RESULTADOS: Considerando apenas a perspectiva do gestor local do SUS, os custos para a realização da teleconsulta se mostraram 4,5% maiores do que para uma consulta presencial. Contudo, quando considerados os custos de transporte associados a cada paciente, o valor estimado da consulta presencial passa a ser 7,7% maior e, no caso de consultas em outros municípios, 15% maior do que a teleconsulta. CONCLUSÃO: Os resultados demonstram que a incorporação da teleconsulta dentro do SUS pode trazer vantagens econômicas, a depender da perspectiva e do cenário considerado, além de ser uma estratégia com potencial para aumentar o acesso à atenção especializada na rede pública.
Referencias
Busso M, Gonzalez MP, Scartascini C. On the demand for telemedicine: Evidence from the COVID-19 pandemic. Health Econ. 2022 Jul;31(7):1491-1505. https://doi.org/10.1002/hec.4523
Maia RS, von Wangenheim A, Nobre LF. A Statewide Telemedicine Network for Public Health in Brazil. In: 19th IEEE Symposium on Computer-Based Medical Systems (CBMS’06). 2006. p. 495-500. https://doi.org/10.1109/CBMS.2006.29
Bashshur RL. Telemedicine effects: cost, quality, and access. J Med Syst. Apr 1995;19(2):81-91.
Jacobs JC, Hu J, Slightam C, Gregory A, Zulman DM. Virtual savings: patient-reported time and money savings from a VA National Telehealth tablet initiative. Telemed J E Health. 2020 Set;26(9):1178-83. https://doi.org/10.1089/tmj.2019.0179
Lamminen H, Lamminen J, Ruohonen K, Uusitalo H. A cost study of teleconsultation for primary-care ophthalmology and dermatology. J Telemed Telecare. 2001 Jun;7(3):167-73. https://doi.org/10.1258/1357633011936336
Caffery LJ, Bradford NK, Smith AC, Langbecker D. How telehealth facilitates the provision of culturally appropriate healthcare for Indigenous Australians. J Telemed Telecare. 2018 Dec;24(10):676-82. https://doi.org/10.1177/1357633X18795764
Schmitz CAA, Gonçalves MR, Umpierre RN, Siqueira ACS, D’Ávila OP, Bastos CGM, et al. Teleconsulta: nova fronteira da interação entre médicos e pacientes. Rev Bras Med Fam Comunid. 2017 Dec;12(39):1-7. https://doi.org/10.5712/rbmfc12(39)1540
Bertuzzi F, Stefani I, Rivolta B, Pintaudi B, Meneghini E, Luzi L, et al. Teleconsultation in type 1 diabetes mellitus (TELEDIABE). Acta Diabetol. 2018 Fev;55(2):185-92. https://doi.org/10.1007/s00592-017-1084-9
Wootton R. Twenty years of telemedicine in chronic disease management--an evidence synthesis. J Telemed Telecare. 2012 Jun;18(4):211-20. https://doi.org/10.1258/jtt.2012.120219
Wade VA, Karnon J, Elshaug AG, Hiller JE. A systematic review of economic analyses of telehealth services using real time video communication. BMC Health Services Research. 10 de agosto de 2010;10(1):233. https://doi.org/10.1186/1472-6963-10-233.
Snoswell CL, Caffery LJ, Haydon HM, Wickramasinghe SI, Crumblin K, Smith AC. A cost-consequence analysis comparing patient travel, outreach, and telehealth clinic models for a specialist diabetes service to Indigenous people in Queensland. J Telemed Telecare.
outubro de 2019;25(9):537-44. https://doi.org/10.1177/1357633X19873239
Conselho Federal de Medicina. Resolução no 2.227, de 13 de dezembro de 2018. Define e disciplina a telemedicina como forma de prestação de serviços médicos mediados por tecnologias. Diário Oficial União. 6 fev 2019.
Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM No 2.314, de 20 de abril de 2022. Define e regulamenta a telemedicina, como forma de serviços médicos mediados por tecnologias de comunicação. Diário Oficial União, 5 maio 2022.
Rodrigues DLG, Belber GS, Padilha FVDQ, Spinel LF, Moreira FR, Maeyama MA, et al. Impact of teleconsultation on patients with type 2 diabetes in the Brazilian Public Health System: protocol for a Randomized Controlled Trial (TELEconsulta Diabetes Trial). JMIR Res Protoc. 2021 Jan;10(1):e23679. https://doi.org/10.2196/23679.
Kaplan RS, Anderson SR. Time-Driven activity-based costing: a simpler and more powerful path to higher profits: ilustrated ed. Boston: Harvard Business School Press; 2007.
Kaplan RS, Anderson SR. Time-driven activity-based costing. Harvard Business Review. 1 nov 2004 [citado 22 nov 2022]. Disponível em: https://hbr.org/2004/11/time-driven-activitybased-costing
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretriz metodológica: estudos de microcusteio aplicados a avaliações econômicas em saúde. Brasília, DF. Ministério da Saúde. 2019.
Alves RJV, Etges APBS, Balbinotto Neto GB, Polanczyk CA. Activity-based costing and time-driven activity-based costing for assessing the costs of cancer prevention, diagnosis, and treatment: a systematic review of the literature. Value Health Reg Issues. 2018 Dec;17:142-7. https://doi.org/10.1016/j.vhri.2018.06.001
Keel G, Savage C, Rafiq M, Mazzocato P. Time-driven activity-based costing in health care: a systematic review of the literature. Health Policy. julho de 2017;121(7):755–63. https://doi.org/10.1016/j.healthpol.2017.04.013.
Lopes A A. Time-Driven Activity-Based Costing aplicado à gestão hospitalar: uma nova forma de contabilizar custos unitários de tratamento [dissertação]. Porto: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2017.
Zanotto BS, Etges AP, Siqueira AC, Silva RS, Bastos C, Araujo AL, et al. Avaliação econômica de um serviço de telemedicina para ampliação da Atenção Primária à Saúde no Rio Grande do Sul: o microcusteio do Projeto TeleOftalmo. Cienc Saude Coletiva. 2020 abr;25(4):1349-60. https://doi.org/10.1590/1413-81232020254.28992019
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 55, de 24 de fevereiro de 1999. Dispõe sobre a rotina do Tratamento Fora de Domicilio no Sistema Único de Saúde - SUS, com inclusão dos procedimentos específicos na tabela de procedimentos do Sistema de Informações
Ambulatoriais do SIA/SUS e dá outras providências. Diário Oficial União, 11 dez 1998.
Brasil. Controladoria-Geral da União. Portal da Transparência. Convênios por Estado/Município: banco de dados. [citado 9 nov 2021]. Disponível em: https://portaldatransparencia.gov.br/localidades/4209102-joinville. 2021
Soares CS, Rosa FS. Análise dos custos com o transporte de pacientes da secretaria de município da saúde de Santa Maria/RS: é melhor terceirizar? Anais do Congresso Brasileiro de Custos -ABC. 13 nov 2018 [citado 1 dez 2022]. Disponível em: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/4491
Boing LC, Borgert A, Elias TM. Custo do transporte de pacientes: um estudo de caso no município de Vitor Meireles (SC). Rev Bras Admin Científica. 2016 nov;7(2):229-43. http://doi.org/10.6008/SPC2179-684X.2016.002.0015
Bender AS, Molina LR. Mello ALS. Absenteísmo na atenção secundária e suas implicações na atenção básica. Espac Saude. 2010;11(2):56-65. https://doi.org/10.1590/0103-1104201912303.
Cavalcanti RP, Cavalcanti JCM, Serrano RMSM, Santana PR. Absenteísmo de consultas especializadas nos sistema de saúde público: relação entre causas e o processo de trabalho de equipes de saúde da família, João Pessoa – PB, Brasil. Tempus – Actas de Saúde Col.
set;7(2):63-84. https://doi.org/10.18569/tempus.v7i2.1344
Tristão FI, Lima RC, Lima EF, Andrade MA. Acessibilidade e utilização na atenção básica: reflexões sobre o absenteísmo dos usuários. Rev Bras Pesq Saúde. 2016;18(1):54-61. https://doi.org/10.21722/rbps.v18i1.15134
Dobbs RW, Malhotra NR, Caldwell BM, Rojas R, Moreira DM, Abern MR. Determinants of clinic absenteeism: a novel method of examining distance from clinic and transportation. J Community Health. 2018 fev;43(1):19-26. https://doi.org/10.1007/s10900-017-0382-z
Farabi H, Rezapour A, Jahangiri R, Jafari A, Rashki Kemmak A, Nikjoo S. Economic evaluation of the utilization of telemedicine for patients with cardiovascular disease: a systematic review. Heart Fail Rev. 2020 Nov;25(6):1063–75. https://doi.org/10.1007/s10741-019-09864-4
Sayani S, Muzammil M, Saleh K, Muqeet A, Zaidi F, Shaikh T. Addressing cost and time barriers in chronic disease management through telemedicine: an exploratory research in select low- and middle-income countries. Ther Adv Chronic Dis.
Dec;10:2040622319891587. https://doi.org/10.1177/2040622319891587
Catapan SC, Willemann MC, Calvo MC. Estrutura e processo de trabalho para implantação da teleconsulta médica no Sistema Único de Saúde do Brasil, um estudo transversal com dados de 2017-2018. Epidemiol Serv Saude. 2021;30(1):e2020305. https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000100015
Solla J, Chioro A. Atenção ambulatorial especializada. In: Giovanella L, Escorel S, Lobato LVC, Noronha LVC, Carvalho JC, orgs. Políticas e sistema de saúde no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2012. p. 547-76.
Silva CR, Carvalho BG, Cordoni L. Nunes EFPA. Dificuldade de acesso a serviços de média complexidade em municípios de pequeno porte: um estudo de caso. Cienc Saude Coletiva. 2017 abr;22:1109-20. https://doi.org/10.1590/1413-81232017224.27002016
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Frederica Valle de Queiroz Padilha, Daniela Laranja Gomes Rodrigues, Gisele Silvestre Belber, Marcos Aurélio Maeyama, Lígia Spinel, Ana Paula Neves Marques Pinho, Alessandra Vitti, Mariana Selbach Otero, Greta Barriquel Pompermaier, Tanise Balvedi Damas, Haliton Oliveira Junior
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.