Cárie e água fluoretada em dois municípios brasileiros com baixa prevalência da doença

Autores/as

  • Mariângela Guanaes Bortolo da Cruz Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
  • Paulo Capel Narvai Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Política, Gestão e Saúde

DOI:

https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052016330

Palabras clave:

Fluoretação. Cárie Dentária, prevenção & controle. Índice CPO. Saúde Bucal Estudos Transversais.

Resumen

OBJETIVO: Analisar a associação entre a exposição à água fluoretada e cárie dentária, em contexto de uso generalizado de creme dental fluoretado no Brasil, em cenário de baixa prevalência da doença. MÉTODOS: Realizado estudo observacional transversal, de tipo censitário, na modalidade de duplo inquérito epidemiológico populacional, em dois municípios paulistas em 2014. Participaram adolescentes de 11 e 12 anos, imersos na sua condição de exposição (n = 184) ou não exposição (n = 128) à água fluoretada, há pelo menos cinco anos. As populações avaliadas residiam em comunidades da mesma região geográfica, de pequeno porte demográfico e com classificação socioeconômica similar, diferenciando-se apenas pela condição de exposição à água fluoretada (Silveiras) e de não exposição (São José do Barreiro). A experiência, a magnitude e o grau de polarização da cárie dentária nessas populações foram analisadas por meio dos índices CPOD e SiC e a associação foi testada empregando-se as estatísticas qui-quadrado de Pearson e razão de prevalência entre não expostos e expostos à água fluoretada. RESULTADOS: Embora a experiência de cárie (CPOD ≥ 1) não tenha se associado com a exposição à água fluoretada (qui-quadrado = 1,78; p = 0,18; α = 5%), observou-se expressiva diferença na magnitude com que a doença atingiu a população: as médias CPOD foram de 1,76 em expostos e 2,60 em não expostos e as médias SiC foram de 4,04 e 6,16, respectivamente. O grau da polarização, indicado pela porcentagem de indivíduos com CPOD = 0, foi diferente, maior (41,8%) em expostos e menor (34,3%) em não expostos. A razão de prevalência entre não expostos e expostos foi de 1,13, indicando pouca expressividade na diferença das prevalências. CONCLUSÕES: A exposição à água fluoretada implicou menores valores médios dos índices CPOD e SiC, ainda que em presença de exposição concomitante a dentifrício fluoretado, em cenário de baixa prevalência da doença e padrão similar de distribuição de cárie nas populações analisadas.

Publicado

2018-04-02

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Cruz, M. G. B. da, & Narvai, P. C. (2018). Cárie e água fluoretada em dois municípios brasileiros com baixa prevalência da doença. Revista De Saúde Pública, 52, 28. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052016330