Nascer no Brasil: a presença do acompanhante favorece a aplicação das boas práticas na atenção ao parto na região Sul
DOI:
https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052006258Palabras clave:
Parto Humanizado. Humanização da Assistência. Direitos do Paciente. Prática Clínica Baseada em Evidências. Serviços de Saúde Materno-Infantil.Resumen
OBJETIVO: Analisar se a presença do acompanhante favorece a aplicação das boas práticas na atenção ao parto na região Sul do Brasil. MÉTODOS: Análise transversal do estudo longitudinal Nascer no Brasil. Foram analisados dados de 2.070 mulheres da região Sul que entraram em trabalho de parto. Os dados foram coletados entre fevereiro e agosto de 2011, por meio de entrevista e prontuário. Realizou-se análise bivariada e multivariada, calculando-se razões de prevalência brutas e ajustadas por regressão de Poisson com estimação de variância robusta. Adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: A maioria das mulheres teve o acompanhante durante o trabalho de parto (51,7%), mas poucas permaneceram com ele no parto (39,4%) ou na cesariana (34,8%). Menos da metade das mulheres teve acesso às várias práticas recomendadas, enquanto práticas não recomendadas continuam sendo realizadas. No modelo ajustado por idade, escolaridade, fonte de pagamento do parto, paridade e escore da Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado, a presença do acompanhante esteve estatisticamente associada à maior oferta de líquidos/alimentos (RPa = 1,34), prescrição de dieta (RPa = 1,34), uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor (RPa = 1,37), amniotomia (RPa = 1,10), analgesia peridural ou ráqui (RPa = 1,84), adoção de posição não litotômica no parto (RPa = 1,77), permanência na mesma sala durante o trabalho de parto, parto e pós-parto (RPa = 1,62), contato pele a pele no parto (RPa = 1,81) e na cesariana (RP = 2,43), bem como redução da manobra de Kristeller (RPa = 0,67), tricotomia (RPa = 0,59) e enema (RPa = 0,49). CONCLUSÕES: Na região Sul do Brasil, além de sofrer várias intervenções desnecessárias, a maioria das mulheres não têm acesso às boas práticas. A presença do acompanhante está associada a diversas práticas benéficas e à redução de algumas intervenções, embora outras não sofram impacto.Descargas
Publicado
2018-01-16
Número
Sección
Artigos Originais
Licencia
Derechos de autor 2018 Revista de Saúde Pública
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Cómo citar
Monguilhott, J. J. da C., Brüggemann, O. M., Freitas, P. F., & d’Orsi, E. (2018). Nascer no Brasil: a presença do acompanhante favorece a aplicação das boas práticas na atenção ao parto na região Sul. Revista De Saúde Pública, 52, 100. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052006258