Porfiria hepática aguda: quando realizar o transplante hepático?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.178352

Palavras-chave:

Porfiria intermitente aguda, Porfiria, Transplante hepático, Porfobilinogênio deaminase

Resumo

As porfirias hepáticas agudas (PHA) compreendem um grupo de porfirias que apresentam erros inatos na biossíntese do grupo heme, sendo a mais severa e o tipo mais comum da PHA, a porfiria aguda intermitente (PAI). A PAI é uma doença autossômica dominante causada pelo acúmulo dos produtos porfobilinogênio deaminase (PBG) e ácido delta-aminolevulínico (ALA). Os principais sintomas são dor abdominal intensa, distúrbios neuromusculares e psiquiátricos, náuseas, vômitos, encefalopatia, taquicardia, febre, tremores e hipertensão, os quais normalmente são manifestados  durante as crises agudas. O tratamento é baseado no manejo clínico de todos pacientes durante a crise. Para os casos em que a qualidade de vida do paciente é afetada negativamente, a terapêutica de transplante hepático poderá ser indicada. O objetivo do relato de caso é introduzir o tratamento de uma paciente com recorrentes crises agudas de porfiria e danos em sua qualidade de vida. Uma vez que a paciente não apresentou melhora após tratamento com hematina, foi submetida ao transplante hepático visando a cura da doença. Após o transplante, a paciente ainda apresentou alguns sintomas clínicos, necessitando reformular uma segunda hipótese para explicar a persistência de tais sintomas apesar da normalização dos níveis de ALA e PBG.

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Biografia do Autor

  • Amanda Macedo Sanches Mateus, Faculdade de Medicina. Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, (SP), Brasil

     

     

     
  • Bruna Forte Giacheto, Faculdade de Medicina. Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, (SP), Brasil
         

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Publicado

2021-12-20

Edição

Seção

Relato de Caso

Como Citar

1.
Cico MEC de, Mateus AMS, Giacheto BF, Carneiro Z, LOURENCO CM. Porfiria hepática aguda: quando realizar o transplante hepático?. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 20º de dezembro de 2021 [citado 3º de novembro de 2024];54(3):e-178352. Disponível em: https://journals.usp.br/rmrp/article/view/178352