Estimular a neuroplasticidade promove benefícios na percepção do zumbido crônico?

Resumo

Objetivo: Analisar a eficácia de um treinamento auditivo cognitivo na melhora da percepção e incômodo do zumbido e da influência do aconselhamento e dos níveis de ansiedade e depressão nos resultados terapêuticos. Método: Estudo quantitativo, cego e longitudinal. Treze sujeitos com zumbido crônico submetidos a intervenção do Treinamento Auditivo Cognitivo (TAC) foram divididos em dois grupos: Grupo 1 (G1) - sete sujeitos submetidos às sessões de treinamento sem aconselhamento prévio, e Grupo 2 (G2) - seis sujeitos que receberam aconselhamento fonoaudiológico associado a proposta de intervenção. A avaliação do zumbido foi realizada com Tinnitus Handicap Inventory (THI), Escala Visual Analógica para Loudness (EVA L) e Incômodo (EVA I) e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD). Resultados: A comparação entre o pré e pós das variáveis EVA L, EVA I e THI Pré e Pós intervenção, resultou em significância estatística. A correlação entre os achados da EVA I, EVA L e THI com a EHAD para ansiedade e depressão resultou em valores não estatisticamente significantes. Também não foi encontrada significância na comparação entre as variáveis Pós com o G1 e G2, expondo que não houve influência do aconselhamento no TAC. Conclusão: O presente estudo verificou que a proposta de tratamento do zumbido através do treinamento auditivo cognitivo foi eficaz para a redução da loudness e incômodo do zumbido, sem sofrer influência do aconselhamento fonoaudiológico e dos aspectos emocionais (ansiedade e depressão) nos resultados terapêuticos.