Do desenho e da pintura aos lumes coloridos na cena - Plínio, Alberti e Serlio: ornato e amplificação do discurso sobre a arquitetura, a partir das qualificações Dei lumi artificiali delle scene

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2021.166354

Palavras-chave:

Arquitetura, Cenografia, Iluminação cênica

Resumo

Este artigo tem como escopo discorrer sobre o texto Dei lumi artificiali delle scene, composto no século XVI italiano, obra literária do preceptor, pintor e arquiteto Sebastiano Serlio, que trata de uma série de assuntos referentes à arquitetura a partir da figura do pintor. Na distinção das artes a prescrição do lume para o “disegno visivo” seguirá preceitos do tratado Da pintura de Alberti. No crescente da construção retórica discursiva, tal proposição é suplantada quando se trata dos lumi da scena, ou seja, “luzes que se vêem”, obtidas pelo fogo, que incidem sobre tintas coloridas, como formas de ornatos materiais, amplificam o relevo e dão a ver os volumes superando, por emulação, as próprias coisas naturais.

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Biografia do Autor

  • Vania Cristina Cerri, Universidade Estadual Paulista. Instituto de Artes

    Pós-doutora no departamento de Artes Cênicas, Educação e Fundamentos da Comunicação - DACEFC - IA - UNESP-SP em 2019/20, com pesquisa sobre: Arquitetura e Artes na constituição do espaço teatral moderno: Reflexões sobre o lugar do espectador - uma abordagem transdisciplinar e transmídia das Artes. Doutora em Arquitetura (Teatral e Cênica) na área de História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo pela FAU USP em 2011. Mestre em Filosofia, História e Estética da Arte e Arquitetura pela FFLCH USP em 2003, tendo como objeto de estudos a Estética e a Arquitetura Teatral no Renascimento, com pesquisa e tradução comentada acerca da obra (Tratado sobre as cenas), do arquiteto italiano Sebastiano Serlio . Pós-graduada (lato sensu) em Arte Educação pela ECA USP em 1995. Graduada em Artes (Licenciatura Plena em Educação Artística/Desenho em 1990). Tem formação como cenógrafa e figurinista pelo Teatro Colón de Buenos Aires, pela ECA-USP e FAU-USP. É autora do livro: Scaenae Frons - O Renascimento e as origens da cenografia moderna. Annablume (2016), com apoio financeiro da FAPESP. Participou de projetos e grupos de estudos na FAU USP, sob coordenação dos professores doutores: Mário D'Agostino, Andrea Loewen e Ricardo Marques, junto dos quais é co-autora do livro: Preceptivas Arquitetônicas, Annablume (2015), e integrante do grupo de pesquisa da Société Internationale Leon Battista Alberti (S.I.L.B.A.), Artes Renascentes, sob organização do prof. dr. Francesco Furlan, (Président du Directoire de transition - Paris- França). Foi pesquisadora e orientadora do LABTRI - Laboratório de Tridimensionalidade da FAU USP, desenvolvendo pesquisa, orientação, organização e elaboração de modelos tridimensionais dos Teatros: vitruviano e serliano. Foi bolsista PAE junto ao departamento de História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo da FAU -USP, realizando Estágio Supervisionado em Docência no curso de Arquitetura e Urbanismo. É docente e pesquisadora no Ensino Superior desde 2002 nos cursos de graduação em Arquitetura (História e Teoria da Arquitetura, História do Design, Cenografia e Ambientação, e Plástica,); Artes Plásticas-Visuais (Pintura e Desenho); Dança (Poéticas da cena e Elementos visuais do espetáculo TCC); Design de Interiores (Espaços Efêmeros, Cenografia e Ambientação); Design de Games e Moda (Desenho e Linguagem Visual). Na Pós-Graduação nos cursos de: MBA em Negócios da Moda e Produção e Comunicação em Moda, (Processos Criativos 2020). Atuou nos cursos de MBA e Especialização em Projetos de Interiores e Visual Merchandising (Projeto Cenográfico e Vitrinismo) e Arquitetura comercial (Moda, Comportamento e Arquitetura). Sócia e Diretora Financeira do Iniciativa Cultural (http://www.iniciativacultural.org.br), atua como cenógrafa, figurinista e diretora de arte (DRT -24707/SP), tendo como últimos trabalhos as peças teatrais: Terror e miséria do Terceiro Reich de Bertold Brecht (2019); "Bailei na Curva" de Júlio Conte (2017 e 2018) e Gota d'Água" de Chico Buarque (2016 e 2017), sob direção geral de Vicente Latorre

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Publicado

2021-07-28

Edição

Seção

Artigos e Ensaios

Como Citar

Cerri, V. C. (2021). Do desenho e da pintura aos lumes coloridos na cena - Plínio, Alberti e Serlio: ornato e amplificação do discurso sobre a arquitetura, a partir das qualificações Dei lumi artificiali delle scene. Risco Revista De Pesquisa Em Arquitetura E Urbanismo (Online), 19, 148-156. https://doi.org/10.11606/1984-4506.risco.2021.166354