Ocorrência da miopatia exsudativa e despigmentada dos suínos em São Paulo (Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-3659.v18i2p167-176Palavras-chave:
Miopatia exsudativa e despigmentada, Músculos pálidos exsudativosResumo
Foram examinadas 87 amostras entre as de lombo, de pernil e de paleta. A inspeção macroscópica desses cortes foi acompanhada da avaliação de algumas características físico-químicas, além de exames histológicos dos músculos subscapularis, longissimus dorsi e massa muscular formada pela fusão dos músculos adductor egracillis. Verificou-se que os segmentos atingidos apresentaram lesões visíveis logo após o abate, observando-se áreas pálidas e exsudativas em 34,4% dos lombos, 27,5% dos pernis e 10,3% das paletas. A afecção manifestou-se com maior intensidade nos lombos (20%) e pernis (12,5%). Nas paletas não foram observadas lesões acentuadas. O pH das carnes afetadas, 45 minutos após o abate foi mais baixo que o das carnes normais. Apesar dos valores para a umidade total permanecerem inalterados, houve maior perda de água pelas fibras musculares devido à diminuição de sua capacidade de retenção. As fibras musculares revelaram-se homogêneas (sem estriações), às vezes fragmentadas e nas lesões acentuadas apresentaram fragmentação intensa. Nas áreas contíguas às lesões, apesar da musculatura ainda apresentar aparência macroscópica normal, as características físico químicas e as estruturas histológicas já estavam modificadas com tendência a evidenciar as alterações típicas da afecção em estudo. Esses dados permitiram-nos concluir que carcaças de suínos do tipo comum, usualmente destinados ao abate, são passíveis de apresentarem lesões devidas à miopatia exsudativa e despigmentada.