Apresentação: Música e relações étnico-raciais
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v24i1.229346Palavras-chave:
Música e RacialidadeResumo
Ao racializar o mundo a modernidade europeia fragmenta, classifica e hierarquiza corpos e saberes, produzindo processos coloniais de extrativismo e apropriação cultural marcados pela violência extrema que sustenta o racismo e as lógicas anti-negritude, que se mantém ativos até os dias de hoje, alicerçados por uma falaciosa ficção de superioridade branca. Uma suposta superioridade que invalida percepções de mundo que não se enquadram nos excludentes padrões da cosmovisão branca, moderna, ocidental e cis-hétero-patriarcal. A produção de conhecimento musical é parte integrante deste processo. Por um lado, reiterando as narrativas coloniais e os mitos originários da superioridade branca, como a pureza da herança grego-romana, ou então, pelo uso fruto direto do espólio escravista para sustentação de contextos de práticas musicais na Europa e nos territórios colonizados. Por outro lado, a produção de conhecimento musical foi também um importante vetor na construção de processos de reorganização política e de preservação dos legados culturais no contexto da diáspora africana e dos povos originários nas Américas. Ao manter vivas as suas tradições musicais, indissociáveis de valores espirituais, políticos, éticos e estéticos, tais populações construíram possibilidades de enfrentamento cultural aos processos de desumanização do colonialismo europeu.
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Referências
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