Tópicos tropicais
Imaginário e exotismo na obra de Villa-Lobos
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v19i2.163566Palavras-chave:
Semiótica musical, Peirce: categorias, Tagg: musemas, Baitello: iconofagiaResumo
Se a música “não quer dizer nada”, como preconizou Stravinsky, é intenção do(s) seu(s) compositor(es) e ouvintes que ela esteja sempre vinculada a implicações semânticas. Não sendo possível empreender uma extensa discussão teórica sobre o tema, limitamo-nos a abordar alguns processos de formulação semântica por relações de analogia. Para tanto, servimo-nos das categorias de Charles S. Peirce, a musemática de Philip Tagg e os estudos de Norval Baitello sobre iconofagia, partir dos exemplos do Prelúdio (da Bachiana nº 4); as partes corais masculinas da Floresta do Amazonas (Abertura; Caçadores de cabeças), O Trenzinho do Caipira (da Bachiana nº 2), comentados por musicólogos, músicos e o próprio Villa-Lobos. Concluímos, a partir da leitura de Lotman, que a semântica musical se constrói e se repousa a partir de uma ‘memória comum’ de uma coletividade cultural. Tal memória é capaz de gerar novos textos. A obra de Villa-Lobos o atesta muito claramente.
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