Considerações sobre o caráter sombrio na música

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/rm.v18i2.148296

Palavras-chave:

Sombrio, Tópica musical, Significado musical

Resumo

Atualmente há uma forte presença do caráter sombrio nas artes, literatura e entretenimento. Este artigo busca investigar o sombrio como tópica musical através de um levantamento preliminar do campo do sombrio na música. Iniciamos discutindo questões como a luminosidade e suas associações com o medo, o diabólico e o grotesco. Após comentar o expressionismo no cinema e o movimento gótico dos anos 1980, apresentaremos um histórico do sombrio como tópica musical a partir de figuras de retórica do período barroco e tópicas posteriores como ombradas unheimliche. Na conclusão, tentaremos argumentar que o sombrio é uma tópica musical contemporânea levando em conta toda essa trajetória histórica e sua intensificação pela arquitetura simbólica da indústria do entretenimento.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Gandhi de Oliveira Martinez, Universidade do Estado de Santa Catarina

    Gandhi de O. Martinez possui graduação em Música (Licenciatura) pela Universidade do Vale do Itajaí (2014) e defenderá sua tese de mestrado em 09/08/2018 para se tornar Mestre em Música (Composição Musical). Reside em Florianópolis desde 2016, onde trabalha com música autoral com seu grupo Gandhi Martinez Quinteto e ministra aulas de piano e composição em escolas de música.

  • Acácio Tadeu de Camargo Piedade, Universidade do Estado de Santa Catarina

    Acácio T. C. Piedade possui graduação em Música (Composição) pela Universidade Estadual de Campinas (1985), e é mestre e doutor em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1997, 2004). Professor associado no Departamento de Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) desde 1998, em Florianópolis, Brasil, cidade onde habita. Com Pós-Doutorado na Université Paris-Sorbonne (2011), é membro do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Música da UDESC, onde ministra disciplinas, pesquisa e orienta estudantes em temas que tratam de composição, análise musical e os nexos entre música e significado. 

Referências

AGAWU, V. Kofi. Playing with Signs: A Semiotic Interpretation of Classic Music. Princeton, N.J.: Princeton UP, 1991.

ALLANBROOK, Wye J. Rhythmic Gesture in Mozart: Le Nozze di Figaro and Don Giovanni. University of Chicago, 1983.

ALMEIDA, Ágata Y.; NETO, Dioníso M. Dies irae: tempesta e ombra em missas de réquiem luso-brasileiras. In: XXV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, Vitória, 2015.

ATTALI, Jacques. Noise: The Political Economy of Music. Minneapolis: University of Minnesota Press,1992.

BADELLEY, Gavin. Goth chic: um guia para a cultura dark. Rio de Janeiro: Rocco, 2005.

BANDUCCI JUNIOR, Álvaro; LOBO, Heros Augusto Santos. Turismo em cavernas e representações do subterrâneo, Pasos: Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, vol. 10, no. 5, pp. 585-594, 2012.

BARTEL, Dietrich. Musica Poetica, Musical-Rhetorical figures in German Baroque Music. Lincoln: University of Nebraska Press, 1997.

COSTA, Rogério. Reflexões sobre a crise de comunicabilidade da música contemporânea: a música é linguagem? O que se deve comunicar a música? Revista Música Hodie, v. 4, n. 1, 2004.

CIVRA, Ferruccio. Musica Poética. Introduzione alla retorica musicale. Torino: Utete, 1991.

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas Ciências Sociais. Bauru: EDUSC, 2002.

DELUMEAU, Jean. História do medo no Ocidente, 1300-1800. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

ECO, Umberto. História da Beleza. Rio de Janeiro, Record, 2004.

ECO, Umberto. História da Feiura. Rio de Janeiro, Record, 2007.

FIALHO, Marco A. L. Sombras que assombram: o expressionismo no cinema alemão. Rio de Janeiro: SESC, Dep. Nacional, 2013.

FREUD, Sigmund. Obras psicológicas completas. (Vol. XVII – 1917-1919). Rio de Janeiro: Imago, 1986.

HATTEN, Robert. Musical Meaning in Beethoven: Markedness, Correlation, and Interpretation. Bloomington: Indiana University Press, 1994.

HATTEN, Robert. Interpreting Musical Gestures, Topics, and Tropes: Mozart, Beethoven, Schubert. Bloomington: Indiana University Press, 2004.

HOBBY, Blake (ed.) The Grotesque, Bloom’s literary themes. Yale University: New York, 2009.

HOLZMEISTER, Silvana. O estranho na moda: a imagem nos anos 1990. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2010.

HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor. A indústria cultural: o iluminismo como mistificação de massas. In: Luiz Costa Lima (Ed.) Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra, 2002, pp. 169-214.

ISSITT, Micah L. Goths: A guide to An American Subculture. Santa Barbara: Greenwood, 2011.

KAYSER, Wolfgang. O Grotesco: configuração na pintura e na literatura. São Paulo: Perspectiva, 2003.

KENDRICK, Robert L. Singing Jeremiah: music and meaning in Holy Week. Bloomington: Indiana University Press, 2014.

KIPPER, H. A. A happy house in a black planet: Introdução à subcultura gótica. São Paulo: Editora do Autor, 2008.

KLEIN, Michael L. Intertextuality in Western Art Music. Bloomington: Indiana University Press: 2005.

MASSCHELEIN, Anneleen. The unconcept: the freudian in late-twentieth-century theory. Albany: State University of New York Press, 2011.

MCCLELLAND, Clive. Ombra Music in the Eighteenth Century: Context, Style and Signification. Tese de doutorado. The University of Leeds – School of Music, 2001.

MCKAY, Nicholas. On topics today. Zeitschrift der Gesellschaft für Musiktheorie, 4/1-2, pp. 159-183, 2007.

MONELLE, Raymond. Linguistics and Semiotics in Music. Chur, Switzerland: Harwood Academic Publishers, 1992.

MONELLE, Raymond. The Sense of Music: Semiotic Essays. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2000.

MONELLE, Raymond. The Musical Topic, Hunt, Military, and the Pastoral. Bloomington: Indiana University Press, 2006.

NIETZSCHE, Friedrich. Aurora. São Paulo: Ed. Escala, 2007.

PIEDADE, Acácio T. C. A teoria das tópicas e a musicalidade brasileira: reflexões sobre a retoricidade na música, El Oído pensante, v. 1, n. 1, 2013.

PLESCH, Melanie. Decentering Topic Theory. Musical Topics and Rhetorics of Identity in Latin American Art Music. Revista Portuguesa de Musicologia, 4/1, 2017, pp. 27-32.

RATNER, Leonard G. Classic Music: Expression, Form, and Style. New York: Schirmer Books, 1980.

ROOLEY, Anthony. New light on John Dowland’s songs of darkness. Early Music, January, 1983, pp. 6-22.

TARLING, Judy. The Weapons of Rhetoric: a guide for musicians and audiences. Hertfordshire: Corda Music, 2004.

TIHANOV, Galin. A importância do grotesco. Bakhtiniana, Revista de Estudos do Discurso, v. 7, n. 2, São Paulo, Jul-Dez., 2012, pp. 166-180.

VAN ELFEREN, Isabella. Gothic Music: The Sounds of the Uncanny. Cardiff: University of Wales Press, 2012.

VARGAS, Antonio. Grotesco: Grotesque. Textos de Antonio Vargas e André Mesquita. Florianópolis, UDESC, 2008.

VOSS, Angela; ROWLANDSON, William. Daimonic Imagination: Uncanny Intelligence. Newcastle: Cambridge Scholars Publishing, 2013.

WILLIAMS, Peter. The Chromatic Fourth during Four Centuries of Music. Oxford: Clarendon Press, 1997.

Downloads

Publicado

2018-12-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Considerações sobre o caráter sombrio na música. (2018). Revista Música, 18(2), 66-80. https://doi.org/10.11606/rm.v18i2.148296