O uso da música nos dramas jesuíticos austríacos
DOI:
https://doi.org/10.11606/rm.v23i1.210431Palavras-chave:
Drama jesuítico, Companhia de Jesus, Áustria, Ópera, Música barrocaResumo
Embora a música tenha sido usada com grandes restrições nas produções dramáticas jesuíticas no século XVI, a partir do século seguinte, essa situação começou a mudar e, aos poucos, tornou-se comum encontrar algumas partes escritas para recitativo solo e ária. A partir da segunda metade do século XVII, um número crescente de dramas jesuíticos passou a ser inteiramente cantado. Ademais, apesar do fascínio da elite austríaca pela ópera italiana e do contínuo financiamento de produções operísticas, o patrocínio destes dramas tornou-se uma alternativa conveniente e mais barata a esse gênero profano italiano. Através dos empreendimentos teatrais da Companhia de Jesus, as principais autoridades austríacas encontraram uma alternativa para se entreter com as novas técnicas composicionais típicas da ópera a partir de uma produção artística considerada moralmente edificante e adequada a indivíduos virtuosos comprometidos com a Contrarreforma. O artigo investiga a relação entre o drama jesuítico e a música na Áustria nos séculos XVI e XVII. Para isso, será avaliado o desenvolvimento histórico dos dramas jesuíticos, a importância da música como solução para os desafios do uso do latim, as disputas internas ligadas à incorporação de elementos operísticos no teatro jesuítico e o papel dos compositores germânicos associados à capela imperial vienense na composição da música das produções teatrais elaboradas pelos dramaturgos da Companhia de Jesus.
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