O discurso sobre a “crise da história” nos séculos XIX e XX: os diagnósticos de Ernst Troeltsch e Hayden White
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2024.222340Palavras-chave:
Crise do historicismo, Troeltsch, WhiteResumo
Este artigo procura abordar e problematizar a evolução de um discurso sobre a “crise da história” que se desenvolveu no final do século XIX e ao longo do século XX. A análise concentra-se em dois textos fundamentais escritos por Ernst Troeltsch e Hayden White, a saber, “A crise do historicismo” (1922) e “O fardo da história” (1966), respectivamente. A discussão em torno da “crise da história” revela preocupações profundas sobre a natureza da disciplina histórica e as mudanças significativas que ocorreram em relação à sua concepção, prática e propósito. No presente artigo, os textos acima citados são analisados como manifestos e diagnósticos de suas respectivas épocas. No entanto, argumenta-se, eles estão fundamentalmente ligados como testemunhos da crise do historicismo.
Downloads
Referências
ANKERSMIT, F. History and Tropology. The rise and fall of metaphor. Berkeley: University of California Press, 1994.
ARON, R. La philosophie critique de l’histoire. Essai sur une théorie allemande de l’histoire. Paris: Vrin, 1969.
BAMBACH, C. R. Heidegger, Dilthey, and the Crisis of Historicism. New York: Cornell University Press, 1995.
BURCKHARDT, J. Weltgeschichtliche Betrachtungen. München: Verlag C.H. Beck, 2018.
CHLADENIUS, J. M. Einleitung zur richtigen Auslegung vernünftiger Reden und Schriften. Mit einer Einleitung von Lutz Geldsetzer. Düsseldorf: Stern-Verlag Janssen, 1969.
DILTHEY, W. Einleitung in die Geisteswissenschaften: Versuch einer Grundlegung für das Studium der Gesellschaft und der Geschichte. In: Gesammelte Schriften Band 1. Stuttgart/Göttingen: Teubner Verlagsgesellschaft/Vandenhoeck & Ruprecht, 1990.
DROYSEN, J. G. Die Krise der europäischen Kultur. In: BIRTSCH, G.; RÜSEN, J. (Hrsg.). Texte zur Geschichtstheorie: mit ungedruckten Materialien zur ‘Historik’. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1972.
FRIEDLÄNDER, Saul (ed.). Probing the Limits of Representation: Nazism and the “Final Solution”. Cambridge: Harvard University Press, 1992.
GRAF, F. W. Friendship between Experts: Notes on Weber and Troeltsch. In: MOMMSEN, W.; OSTERHAMMEL, J. (ed.). Max Weber and his contemporaries. New York: Routledge, 1987.
HEIDEGGER, M. Der Begriff der Zeit. Gesamtausgabe Band 64. Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, 2004.
HEUSSI, K. Die Krisis des Historismus. Tübingen: J. C. B. Mohr (Paul Siebeck), 1932.
HUMBOLDT, W. Sobre a tarefa do historiador (1821). In: MARTINS, E. (Org.). A história pensada. Teoria e método na historiografia europeia do século XIX. São Paulo: Editora Contexto, 2010, p. 82-100.
JENKINS, K. Re-thinking History. New York: Routledge, 1991.
KASPER, W. (Hrsg.). Lexikon für Theologie und Kirche. Band 6. Freiburg im Breisgau: Verlag Herder, 1997.
KELLNER, H. Introduction: A Distinctively Human Life. In: ANKERSMIT, F.; DOMANSKA, E.; KELLNER, H. Re-Figuring Hayden White. Stanford: Stanford University Press, 2009, p. 1-8.
KOSELLECK, R. Krise. In: BRUNNER, Otto; CONZE, Werner; KOSELLECK, Reinhart (Hrsg.). Geschichtliche Grundbegriffe: Historisches Lexikon zur politisch-sozialen Sprache in Deutschland. Band 3 (H - Me). Stuttgart: Klett-Cotta, 1982, p. 617-650.
KOSELLECK, R. Crítica e Crise: uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Rio de Janeiro: Contraponto, 2007.
KOSELLECK, R. A configuração do moderno conceito de História. In: KOSELLECK, R.; MEIER, C; GÜNTHER, H.; ENGELS, O. O conceito de História. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2017.
LECOURT, Dominique. Dictionnaire de la pensée médicale. Paris: PUF, 2004.
MATA, S. Heinrich Rickert e a fundamentação (axio)lógica do conhecimento histórico. Varia História. Belo Horizonte, volume 36, p. 347-367, 2006.
MATA, S. Ernst Troeltsch. In: MALERBA, Jurandir (org.). Lições de história. O caminho da ciência no longo século XIX. Porto Alegre: FGV/EDIPUCRS, 2010, p. 433-448.
MATA, S. Para além do neokantismo: o conceito de ciências ético-históricas em Ernst Troeltsch. Revista de Teoria da História. Goiânia, volume 16, número 2, p. 90-100, 2016.
NIETZSCHE, F. Nachlaß 1885–1887. In: Kritische Studienausgabe (Band 12). Giorgio Colli und Mazzino Montinari (Hrsg.). Berlin: Walter de Gruyter, 1999.
NOIRIEL, G. Sur la “crise” de l’histoire. Paris: Gallimard (Folio histoire), 2005.
PAUL, H. Hayden White and the Crisis of Historicism. In: ANKERSMIT, F.; DOMANSKA, E.; KELLNER, H. Re-Figuring Hayden White. Stanford: Stanford University Press, 2009, p. 54-73.
PAUL, H. Hayden White. The Historical Imagination. Cambridge: Polity Press, 2011.
RANKE, L. O conceito de história universal (1831). In: MARTINS, E. (Org.). A história pensada. Teoria e método na historiografia europeia do século XIX. São Paulo: Editora Contexto, 2010, p. 202-215.
RODRIGUES DA CUNHA, M. D. Otto Hintze’s response to the crisis of historicism. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography. Ouro Preto, volume 13, número 32, p. 115-145, 2020.
RÜSEN, J. Historik: Theorie der Geschichtswissenschaft. Köln: Böhlau Verlag, 2013.
SCHOLTZ, G. Historismus, Historizismus. In: Historische Wörterbuch der Philosophie. Band 3. Basel: Schwabe, 1974.
SCHOLTZ, G. O problema do historicismo e as ciências do espírito no século XX. História da Historiografia. Ouro Preto, número 6, p. 42-63, 2011.
SZONDI, Peter. Introduction to Literary Hermeneutics. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
TROELTSCH, E. Die Krisis des Historismus. In: Kritische Gesamtausgabe (Band 15). Gangolf Hübinger (Hrsg.). Berlin: Walter de Gruyter, 2002.
TROELTSCH, E. Die Stellung des Christentums unter den Weltreligionen. In: Kritische Gesamtausgabe (Band 17). Gangolf Hübinger (Hrsg.). Berlin: Walter de Gruyter, 2006.
TROELTSCH, E. Der Historismus und seine Probleme. In: Kritische Gesamtausgabe (Band 16). Friedrich Wilhelm Graf (Hrsg.). Berlin: Walter de Gruyter, 2008.
VANN, R., T. The Reception of Hayden White. History and Theory, volume 37, número 2, p. 143-161, 1998.
WEBER, M. Wissenschaft als Beruf. In: Gesammelte Aufsätze zur Wissenschaftslehre. Tübingen: J. C. B. Mohr (Paul Siebeck), 1922.
WEBER, M. Die Objektivität sozialwissenschaftlicher und sozialpolitischer Erkenntnis. In: Gesammelte Aufsätze zur Wissenschaftslehre. Tübingen: J. C. B. Mohr (Paul Siebeck), 1922.
WHITE, H. Afterword. In: JENKINS, K.; MORGAN, S.; MUNSLOW, A. (ed.). Manifestos for history. New York: Routledge, 2007, p. 220-231.
WHITE, H. Metahistory: the historical imagination in nineteenth-century Europe. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1973.
WHITE, H. The burden of history. In: Tropics of Discourse. Essays in Cultural Criticism. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1986.
WHITE, H. The Content of the Form: Narrative Discourse and Historical Representation. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 1987.
WHITE, H. The Practical Past. Evanston: Northwestern University Press. 2014
WITTGENSTEIN, L. Tractatus logico-philosophicus. Schriften 1. Rush Rhees (Hrsg.). Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1960.
ZACHHUBER, J. Theology as Science in Nineteenth-Century Germany. From F. C. Baur to Ernst Troeltsch. Oxford: Oxford University Press, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Murilo Gonçalves
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam em Intelligere concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
