Narrativas autobiográficas de Ferreira Gullar
entre o neovanguardismo e a arte engajada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9020.intelligere.2019.150324Palavras-chave:
Ferreira Gullar, Autobiografia, EngajamentoResumo
O presente artigo tem como objetivo discutir as narrativas autobiográficas de Ferreira Gullar, poeta e intelectual brasileiro. Na diversidade de gêneros escritos pelo autor, identificamos um “momento autobiográfico” em que ele, recorrentemente, reorganiza suas relações com o passado a partir da urgência presente. Nessas escritas de si há a intenção de posicionar seu percurso e sua obra em um lugar de legitimidade no campo de forças da literatura e da cultura brasileira. Este trabalho aborda as releituras que o poeta realizou de sua própria trajetória no período que compreende a sua atuação nas neovanguardas concretas e neoconcretas até sua adesão às formas engajadas de agitação esquerdista. As narrativas de si que Gullar realizou entre o final dos anos cinquenta e começo dos anos sessenta encontram efetividade através de avanços e recuos de suas posições políticas e estéticas. Esses posicionamentos mantêm relação intrínseca com as turbulências sociais e culturais no Brasil durante a detonação do regime de exceção em 1964 e a repressão intensificada após o AI-5. Nessas escritas de si, o poeta deixa entrever tanto rupturas quanto permanências.
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