Diamantes, desenvolvimento e conflito: o papel do setor mineiro na política de estado e de guerra no Estado Colonial Tardio de Angola, 1961-1974

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.143722

Palavras-chave:

indústria de diamantes, Angola colonial, guerra de libertação angolana, Lunda, formação do Estado

Resumo

Este artigo analisa a relação entre o Estado e o setor de diamantes durante a “segunda ocupação colonial” de Angola. Começa em 1961 com o início de uma luta entre vários grupos pelo controle da Angola colonial e termina com a retirada dos portugueses da colônia após a derrubada do Estado Novo por um golpe militar em Lisboa em abril de 1974. Durante esse tempo, o poder colonial português, ao mesmo tempo em que recusou uma abertura política aos movimentos nacionalistas, envolveu-se em uma série de reformas legais e econômicas que colocaram a colônia em um caminho acelerado para a industrialização. No entanto, o setor de diamantes permaneceu essencial à defesa do poder do Estado em uma área estratégica, porém hostil, que ainda permanece, por razões históricas, além do alcance das instituições estatais formais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Mathias Alencastro, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP)

    Doutor em Ciência Política pela Universidade de Oxford e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Cebrap e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp (2017/13092-1). O autor agradece a Victor Bertocchi pelo seu apoio e interesse no trabalho.

Referências

Imprensa

Financial Times (Londres).

Arquivos

Arquivo Oliveira Salazar (AOS).

Companhia Diamantes de Angola (CDA).

Instituto Português para o Apoio ao Desenvolvimento (Lisboa).

Polícia Internacional e de Defesa do Estado (Pide).

Arquivo Nacional Histórico de Angola (Anha).

Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT).

Fontes secundárias

CLARENCE-SMITH, William Gervase. The third Portuguese Empire, 1825–1975: a study in economic imperialism. Manchester: Manchester University Press, 1985.

CLEVELAND, Todd, Rock solid: African laborers on the diamond mines of the Companhia de Diamantes de Angola (Diamang). Tese de doutorado: University of Minessota, Minneapolis, 2008.

COELHO, João Paulo Borges. African troops in the Portuguese Colonial Army, 1961–1974: Angola, Guinea-Bissau and Mozambique. Portuguese Studies Review, vol. 10, n. 1, 2002, p. 129–50.

COOPER, Frederick. Africa since 1940: the past of the present. Londres: Cambridge University Press, 2002.

COOPER, Frederick & STOLER, Ann Laura. Tensions of Empire: colonial cultures in a bourgeois world. Berkeley: University of California Press, 1997. DOI: https://doi.org/10.1525/california/9780520205406.001.0001.

DAVIDSON, Basil. In the eye of the storm: Angola’s people. Londres: Penguin 1975. ISBN: 9780385052986.

FERREIRA, Eduardo Sousa. A lógica da consolidação da economia de mercado em Angola, 1930–74. Análise Social, vol. 21, 1985, p. 83.

FREYRE, Gilberto. Aventura e rotina: sugestões de uma viagem à procura das constantes portuguesas de caráter e ação. Recife: É Realizações, 1953.

GALLAGHER, Tom. Portugal: a twentieth-century interpretation. Manchester: Manchester University Press, 1983.

GOUVEIA, Jorge Augusto da Cunha; MONCADA, Pedro Cabral de; AGUILAR, José Frederico. Riquezas minerais de Angola. Lisboa: Cooperação Portuguesa, 1993.

HODGES, Tony. Angola: from Afro-stalinism to petro-diamond capitalism. Londres: James Currey, 2001. ISBN: 9780852558515.

KEESE, Alexander. “Proteger os pretos” – Havia uma mentalidade reformista na administração portuguesa na África tropical (1926–1961)? Africana Studia, n. 6, 2003, p. 97-125.

LARMER, Miles. Local conflicts in a transnational war: the Katanguese gendarmes and the Shaba wars of 1977–78. Cold War History, vol. 13, n. 1, 2013, p. 89-108. DOI: https://doi.org/10.1080/14682745.2012.727801.

LONSDALE, John. States and social processes in Africa: a historiographical survey. African Studies Review, vol. 24, n. 2 e 3, p. 139–225. DOI: https://doi.org/10.2307/523904.

MABEKO-TALI, Jean Michel. Dissidências e poder de Estado: o MPLA perante si próprio. Luanda: Editorial Nzila, 2001. ISBN: 9789728834326.

MARCUM, John. The Angolan revolution: the anatomy of an explosion (1950–1962). Cambridge: MIT Press, 1978.

MBEMBE, Achille. On the postcolony. Berkeley: University of California Press, 2001, p. 80. DOI: https://doi.org/10.2307/3097305.

MESSIANT, Christine. 1961: l’Angola colonial, histoire et société: les prémisses du mouvement nationaliste. Bâle: Schlettwein Publishing, 2006. ISBN: 3–908193–17–6.

NEWITT, Malyn. Portugal in Africa: the last hundred years. Londres: Hurst, 1981. ISBN: 978-0582643772.

PEARCE, Justin. Control, ideology and identity in civil war: the Angolan Central Highlands 1965-2002. Tese de doutorado não publicada, Oxford University, Oxford, 2011.

PIMENTA, Fernando Tavares. Brancos de Angola: autonomismo e nacionalismo (1900–1961). Coimbra: Minerva, 2005.

PIMENTA, Fernando Tavares. Angola’s Euro-African nationalism: the United Angolan Front. In: MORIER-GENOUD, Éric (ed.). Sure road? Nationalisms in Angola, Guinea-Bissau and Mozambique. Leiden: Brill, 2012, p. 59–85.

PORTO, Nuno. Modos de objectificação da dominação colonial: o caso do Museu do Dundo, 1940–1970. Lisboa: Calouste Gulbenkian Foundation, 2009. ISBN: 978-972-31-1294-8.

SÁ, José Pinto de. Conquistadores de almas – memórias de uma militância e de prisões políticas (1970–1976). Lisboa: Guerra e Paz, 2006. ISBN: 9789898014092.

SAUNDERS, Gregory. The foreign policy of Angola under Agostinho Neto. Tese de mestrado não publicada, Naval Postgradutate School, Annapolis, 1983, p. 26–27.

YOUNG, Crawford. The African colonial State in comparative perspective. New Haven: Yale University Press, 1997. DOI: https://doi.org/10.1080/03612759.1995.9949208.

YOUNG, Crawford. Zaire: the shattered illusion of the integral State. Journal of Modern African Studies, vol. 32, 1994, p. 215–16. DOI: https://doi.org/10.1017/s0022278x0001274x.

Downloads

Publicado

2019-07-11

Edição

Seção

circulação, exploração

Como Citar

ALENCASTRO, Mathias. Diamantes, desenvolvimento e conflito: o papel do setor mineiro na política de estado e de guerra no Estado Colonial Tardio de Angola, 1961-1974. Revista de História, São Paulo, n. 178, p. 1–27, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.143722. Disponível em: https://journals.usp.br/revhistoria/article/view/143722.. Acesso em: 24 nov. 2024.

Dados de financiamento