O guarda-chuva vermelho: experiência cromática na obra de Oswaldo Goeldi entre 1937 e 1957

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.145703

Palabras clave:

Goeldi, xilogravura, expressionismo, cor, arte

Resumen

A simplificação formal, na obra de Oswaldo Goeldi, se caracteriza por explorar o contraste entre a luz branca do fundo e o negro opaco da forma impressa. A pobreza é a condição existencial do expressionista exilado, vivenciada em vários níveis: a ruína da experiência tradicional, a identificação com os excluídos e, finalmente, a forma pobre procurada por meio de uma estética da redução, elemento aglutinador de uma poética singular. Não esperando muito da realidade, seu trabalho, realizado com uma técnica rústica – a xilogravura –, propõe um contínuo exercício de síntese, tanto em relação aos elementos temáticos que compõem o discurso visual quanto à formulação de uma linguagem plástica própria. Quando se volta para a experiência cromática, Goeldi não abandona essa estética da redução. As massas de cor sofrem a pressão da luz do fundo, que elas parecem bloquear, e adquirem um aspecto de silhueta. Neste contexto, o uso da policromia propõe uma espécie de cor gráfica, que se aproxima do elemento linear. Ao mesmo tempo, revela uma presença autônoma que aponta para uma espécie de simbolismo imanente da cor.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Felipe Süssekind, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Professor do Departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Doutor em Antropologia Social pelo MuseuNacional/UFRJ

    Mestre em História pela PUC-Rio

Referencias

ALVIM, Renato de Abreu. Goeldi: o beco interminável. Dissertação de mestrado em História Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A Goeldi. In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p. 339-340.

ARGAN, Giulio Carlo. Walter Gropius e a Bauhaus. Lisboa: Presença, 1990.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte como expressão. In: ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 227-262.

BENJAMIN, Walter. Experiência e pobreza (1933). In: BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas, v. 1. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 114-119.

BOPP, Raul. Cobra Norato. Edição numerada com madeiras de Oswaldo Goeldi. Edição artesanal, 1937.

BRITO, Ronaldo. Goeldi: o brilho da sombra. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, v. 3, n. 19, p. 73-78, 1987.

BRITO, Ronaldo. Oswaldo Goeldi. Rio de Janeiro: Silvia Roesler Edições de Arte: Instituto Cultural The Axis, 2002.

CABO, Sheila. Goeldi: modernidade extraviada. Rio de Janeiro: Diadorim: Adesa, 1995.

CAMPOS, Haroldo de. Arte pobre, tempo de pobreza, poesia menos. In: SCHWARTZ, Roberto (org.). Os pobres na literatura brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983, p. 181-189.

CLIFFORD, James. Sobre o surrealismo etnográfico. In: CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, p. 132-226.

GOETHE, Johann Wolfgang von. Doutrina das cores. São Paulo: Nova Alexandria, 1996.

KANDINSKY, Wassily. Sobre a questão da forma. In: CHIPP, Herschel B. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 154-170.

KIRCHNER, Ernst Ludwig. Cronik der Brücke, de 1916. In: CHIPP, Herschel B. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 174-177.

KLEE, Paul. Diários. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

KLEE, Paul. Sobre a arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

NAVES, Rodrigo. De fora: Goeldi. São Paulo: Cosac & Naify, 1999.

RAMOS, Nuno. Goeldi: agouro e libertação. In: RAMOS, Nuno. Ensaio geral: Projetos, roteiros, ensaios, memórias. São Paulo: Globo, 2007, p. 183.

RAMOS, Nuno et al. (org.). Bandeira-Goeldi: noite morta. Rio de Janeiro: Conjunto Cultural da Caixa, 1994.

REIS JÚNIOR, José Maria. Goeldi. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

RIBEIRO, Noemi Silva. A obra gráfica de Goeldi: o esboço de uma cronologia. Revista Gávea, Rio de Janeiro, n. 8, p. 83-99, 1990.

RIBEIRO, Noemi Silva (org.). Oswaldo Goeldi: um auto-retrato. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.

RICARDO, Cassiano. Martim Cererê, o Brasil dos meninos, dos poetas e dos heróis. Rio de Janeiro: A Noite, 1945.

SCHWARTZ, Roberto (org.). Os pobres na literatura brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983.

SOUZA NETO, Agostinho. Oswaldo Goeldi, o fantástico e as ambiguidades contemporâneas. Dissertação de mestrado em Artes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

SÜSSEKIND, Felipe. Cor gráfica: a experiência cromática na obra de Goeldi. Dissertação de mestrado em História, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <https://bit.ly/2m3Lmwt>. Acesso em: 6 set. 2019.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Anotações sobre as cores. Lisboa: Edições 70, 1987.

ZILIO, Carlos. O centro na margem: algumas anotações sobre a cor na arte brasileira. Revista Gávea, Rio de Janeiro, n. 10, p. 37-53, 1993.

Publicado

2019-10-02

Número

Sección

arte e história

Cómo citar

SÜSSEKIND, Felipe. O guarda-chuva vermelho: experiência cromática na obra de Oswaldo Goeldi entre 1937 e 1957. Revista de História, São Paulo, n. 178, p. 1–20, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.145703. Disponível em: https://journals.usp.br/revhistoria/article/view/145703.. Acesso em: 24 nov. 2024.