A Era das Revoluções, de Fareed Zakaria: um truque às custas de vivos e mortos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2025.228502Resumo
"A Era das Revoluções", de Fareed Zakaria, publicado em 2024, tem como fio condutor a relação entre revoluções passadas (nos Países Baixos, Inglaterra, Estados Unidos e França) e as transformações atuais, que ele qualifica enquanto revolucionárias. O autor divide a história em duas tradições: uma revolucionária holandesa e anglo-saxã, que levou ao liberalismo, e outra originada na Revolução Francesa, que gerou regimes autoritários “iliberais” ou populista. Para Zakaria, a França figura como uma espécie de pecado original, cujas consequências moldaram as “revoluções” contemporâneas. A “marca de nascença” do iliberalismo francês estaria presente em cenários tão díspares quanto a Rússia de Lênin, os Estados Unidos de Trump e a China contemporânea. A resenha critica o livro por sua superficialidade e omissões – com a desconsideração completa do impacto das Revoluções Caribenhas e Sul-Americanas – e pelo uso desonesto da historiografia que é mencionada ao longo do próprio livro.
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Referências
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