Heterotopia e vilegiatura em Lourenço Marques (1890-1930)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.144194

Palavras-chave:

África, Lourenço Marques, lazer, vilegiatura, colonialismo

Resumo

A invenção do tempo livre em Lourenço Marques favoreceu práticas desportivas e de lazer. Entre outras, destacou-se a vilegiatura marítima. A praia de Polana foi um dos principais destinos da vilegiatura em Lourenço Marques. Fotografias, bilhetes postais e filmes registraram o momento de “tomar fresco”. Nos Álbuns Fotográficos e Descritivos da Colônia de Moçambique (1929), de José dos Santos Rufino, tem-se o registro da vilegiatura e de outras práticas de lazer como propaganda colonial. Por meio da análise de imagens da vilegiatura, busca-se mostrar como certos espaços coloniais destinados ao lazer podem ser vistos como heterotopias de compensação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Sílvio Marcus de Souza Correa, Universidade Federal de Santa Catarina

    Professor do PPGH e do Departamento de História da UFSC e Pesquisador do CNPq.

Referências

Fontes

ESTATUTOS do Club da Polana. Lourenço Marques: Tipografia do Guardian, 1934.

O AFRICANO, Lourenço Marques, 1912 a 1919.

O Brado Africano, Lourenço Marques, 1919 a 1922.

MARQUES, B.; CAMPO, C. Polana. Edição do Rádio Club de Moçambique, Lisboa. Cota: M.P. 2301/24A.

Referências bibliográficas

ARNALTE, Arturo. Richard Burton, cónsul en Guinea española: una visión europea de África en los albores de la colonización. Madrid: Catarata, 2005.

BRIZ, Graça. Vilegiatura balnear: imagem ideal/imagem real. Revista de História da Arte, Lisboa, n. 3, p. 255-267, 2007.

CABAÇO, José Luis. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. São Paulo: Editora Unesp, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Notas sobre utopia. Ciência & Cultura, São Paulo, v. 60, n. 1, p. 7-12, 2008.

CORBIN, Alain. O território do vazio: a praia e o imaginário ocidental. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

CORREA, Sílvio Marcus de Souza. Germanidade e banhos medicinais nos primórdios dos balneários no Rio Grande do Sul. História, Ciência e Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 165-184, 2010.

CORREA, Sílvio Marcus de Souza. O ‘combate’ às doenças tropicais na imprensa colonial alemã. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 69-91, 2013.

CORREA, Sílvio Marcus de Souza. Hooligans numa praça de touros nos confins da África oriental portuguesa. In: MELO, Victor (org.). “Pois temos touros”: touradas no Brasil no século XIX. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2017, p. 192-206.

COSTA, Mário. Lourenço Marques: “Um canto da Europa na África do Sul”. In: RUFINO, José dos S. Álbuns fotográficos e descritivos da Colónia de Moçambique, v. I: Lourenço Marques – panoramas da cidade. Hamburgo: Broscheck & Co., 1929a, p. III-V.

COSTA, Mário. Lourenço Marques: “A fisionomia de uma cidade nascente”. In: RUFINO, José dos S. Álbuns fotográficos e descritivos da Colónia de Moçambique, v. III: Lourenço Marques – aspectos da cidade, vida comercial, Praia da Polana, etc. Hamburgo: Broscheck & Co., 1929b, p. III-VI.

COSTA, Mário. Cartas de Moçambique. Lisboa: [s. n.], 1934.

DIAS, Raul. A imprensa periódica de Moçambique (1854-1954): subsídios para a sua história. Lisboa: Imprensa Nacional, 1957.

DOMINGOS, Nuno. Futebol e colonialismo: corpo e cultura popular em Moçambique. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2012.

FOUCAULT, Michel. El cuerpo utópico: las heterotopías. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión, 2010.

FREYRE, Gilberto. Aventura e rotina. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.

MACHADO, Helena C. F. A construção social da praia. Cadernos do Noroeste, Braga, v. 13, p. 201-218, 2000.

MAHARAJ, Bru. The historical development of the apartheid local state in South Africa: the case of Durban. International Journal of Urban and Regional Research, Hoboken, n. 20, p. 587-600, 1996. doi: 10.1111/j.1468-2427.1996.tb00337.x.

MATOS, Madalena & RAMOS, Tânia. Amenizar os trópicos: desenhando cidades-jardim nas ex-colónias portuguesas. In: SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA CIDADE E DO URBANISMO, 10, 2008, Recife. Anais. Recife: Editora Centros de Estudos Avançados da Conservação Integrada: Universidade Federal de Pernambuco, 2008. 1 CD-ROM, Artigo ST2M6T1.

MAUAD, Ana Maria. Através da imagem: fotografia e história interfaces. Tempo, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 73-98, 1996.

MCCLINTOCK, Anne. Couro imperial: raça, travestismo e o culto da domesticidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

NATIVEL, Didier. Les musiciens, médiateurs d’échanges culturels entre Mozambique et Afrique du Sud: sur quelques effets culturels de migrations anciennes. Afrique Contemporaine, Paris, v. 254, n. 2, p. 57-72, 2015. doi: 10.3917/afco.254.0057.

ORTIGÃO, Ramalho. As praias de Portugal: guia do banhista e do viajante. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1943.

PEREIRA, Matheus Serva. Algazarras ensurdecedoras: conflitos em torno da construção de um espaço urbano colonial (Lourenço Marques 1900-1920). In: MATTOS, Regiane A. et al. (org.). Encontros com Moçambique. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2016, p. 37-67.

ROCHA, Ilídio. Contribuição para a história da imprensa em Moçambique. [S. l.]: Codam, 1973.

RUFINO, José dos Santos. Álbuns fotográficos e descritivos da Colônia de Moçambique. Hamburgo: Broscheck & Co., 1929. 10 v.

SILVA, Ana Cristina. Fonseca Nogueira da. Fotografando o mundo colonial africano: Moçambique, 1929. VARIA, Belo Horizonte, v. 25, n. 41, p. 107-128, 2009.

THOMAZ, Omar Ribeiro. Ecos do Atlântico Sul. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ; São Paulo: FAPESP, 2002.

ZAMPARONI, Valdemir D. Entre narros & mulungos: colonialismo e paisagem social em Lourenço Marques (c. 1890-c. 1940). Tese de doutorado em História Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

Filmografia

A CIDADE de Lourenço Marques. Direção: Fernandes Tomaz. Produção: Brigada Cinematográfica Portuguesa. [S. l.]: Agência Geral do Ultramar, 1929. 1 vídeo (12 min).

DESPORTOS em Lourenço Marques. Direção: Alfredo Cristino Gomes. Produção: Felipe de Solms. [S. l.]: Agência Geral do Ultramar, 1951. 1 vídeo (11 min), 35 mm.

Lourenço Marques. Direção: Felipe de Solms. Produção: Felipe de Solms e Ricardo Malheiro. [S. l.]: Agência Geral do Ultramar, 1950. 1 vídeo (10 min), mono, 35 mm.

Downloads

Publicado

2019-10-30

Edição

Seção

Dossiê: Moçambique em perspectiva: histórias conectadas, interdisciplinaridade..

Como Citar

CORREA, Sílvio Marcus de Souza. Heterotopia e vilegiatura em Lourenço Marques (1890-1930). Revista de História, São Paulo, n. 178, p. 1–35, 2019. DOI: 10.11606/issn.2316-9141.rh.2019.144194. Disponível em: https://journals.usp.br/revhistoria/article/view/144194.. Acesso em: 21 nov. 2024.

Dados de financiamento