Questão Christie em perspectiva global: Pressão britânica, Guerra Civil norte-americana e o início da crise da escravidão brasileira (1860-1864)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.140977Palavras-chave:
Questão Christie, Guerra Civil norte-americana, africanos livres, escravidão, Império do BrasilResumo
Os trabalhos que analisaram a Questão Christie valeram-se da premissa de que os eventos que resultaram no rompimento diplomático entre Brasil e Inglaterra (1863-1865) podem ser explicados exclusivamente pela relação bilateral entre os dois países. Sem negar por completo essa dimensão, o artigo tem por objetivo ampliar a unidade de análise do tema, de modo a verificar como outros processos históricos em curso na década de 1860 tiveram papel decisivo no entrevero entre os dois países. Com base em artigos de jornal, anais parlamentares e correspondências diplomáticas, o texto pretende demonstrar que a Questão Christie também esteve relacionada à conjuntura histórica aberta pela Guerra Civil norte-americana e, assim, verificar suas consequências mais imediatas para a instauração da crise da escravidão brasileira.
Downloads
Referências
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. La traite négrière et l’unité nationale brésilienne. Revue française d’histoire d’outre-mer, t. LXVI, n. 244-245, 1979, p. 395-419.
ALONSO, Angela. Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro (1868-1888). São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
BARMAN, Roderick J. Imperador cidadão. Tradução em português. São Paulo: Editora Unesp, 2012.
BETHELL, Leslie. A abolição do comércio brasileiro de escravos: a Grã-Bretanha, o Brasil e a questão do comércio de escravos, 1807-1869. Tradução em português. Brasília: Senado Federal, 2002.
CAMPBELL, Duncan Andrew. English public opinion and the American Civil War. Woodbridge: Boydell Press/Royal Historical Society, 2003.
CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CONRAD, Robert. The destruction of Brazilian slavery, 1850-1888. Berkeley: University of California Press, 1972.
CONRAD, Robert. Neither slave nor free: the emancipados of Brazil, 1818-1868. The Hispanic American Historical Review, vol. 53, n. 1, fev. 1973, p. 50-70.
COOPER, Donald B. The new “black death”: cholera in Brazil, 1855-1856. Social Science History, vol. 10, n. 4, Winter 1986, p. 467-488.
CORWIN, Arthur. Spain and the Abolition of Slavery in Cuba, 1817-1886. Austin: University of Texas Press, 1967.
COSTA, Emilia Viotti da. Da senzala à colônia. São Paulo: Editora Unesp, 1998.
DOYLE, Don H. The cause of all nations: an international history of the American Civil War. New Nova York: Basic Books, 2015.
EL-KAHREN, Almir Chaiban. Filha branca de mãe preta: a companhia da Estrada de Ferro D. Pedro II (1855-1865). Petrópolis: Vozes, 1982.
ESTEFANES, Bruno Fabris. A muralha de bronze: a formação da Liga Progressista no Império do Brasil. Representação, soberania e rearticulação partidária, 1857-1862. Tese de doutorado, FFLCH-USP, 2017.
GRAHAM, Richard. Escravidão, reforma e imperialismo. São Paulo: Perspectiva, 1979.
GRAHAM, Richard. Britain and the onset of modernization in Brazil, 1850-1914. Cambridge: Cambridge University Press, 1972.
HOBSBAWM, Eric. A era do capital, 1848-1875. Tradução em português. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
JONES, Howard. Blue & gray diplomacy: a history of Union and Confederate foreign relations. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2010.
KODAMA, Kaori. Os debates pelo fim do tráfico no periódico O Philantropo (1849-1852) e a formação do povo: doenças, raça e escravidão. Revista Brasileira de História, vol. 28, n. 56, 2008, p. 407-430.
KODAMA, Kaori et al. Mortalidade escrava durante a epidemia de cólera no Rio de Janeiro (1855-1856): uma análise preliminar. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, vol. 19, suplemento, dez. 2012, p. 59-79.
MANCHESTER, Alan. British preeminence in Brazil: its rise and decline. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1933.
MAMIGONIAN, Beatriz. Africanos livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
MAMIGONIAN, Beatriz. Building the nation, selecting memories: Vitor Meireles, the Christie Affair and Brazilian slavery in the 1860s. In: COTTIAS, Myriam & ROSSIGNOL, Marie-Jeanne (ed.). Distant ripples of British abolition in Africa, Asia and the Americas. Trenton, NJ: Africa World Press, 2017, p. 235-264.
MARQUES, João Pedro. Os sons do silêncio: o Portugal de Oitocentos e a abolição do tráfico de escravos. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 1999.
MARQUES, Leonardo. The United States and the transatlantic slave trade to the Americas, 1776-1867. New Haven: Yale University Press, 2016.
MARQUESE, Rafael de Bivar & PARRON, Tâmis. Internacional escravista: a política da segunda escravidão. Topoi, vol. 12, n. 23, jul.-dez. 2011, p. 97-117.
MILNE, A. Taylor. The Lyons Seward treaty of 1862. The American Historical Review, vol. 38, n. 3, abr. 1933, p. 511-525.
MURRAY, David. Odious commerce: Britain, Spain and the abolition of the Cuban slave trade. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
NEEDELL, Jeffrey. The Party of Order: the conservatives, the state, and slavery in the Brazilian monarchy, 1831–1871. Stanford: Stanford University Press, 2006.
OAKES, James. Freedom national: the destruction of slavery in the United States, 1861-1865. New York: W. W. Northon, 2013.
OLIVEIRA, Cecilia Helena de Salles. Da natureza e limites do Poder Moderador e a memória do conselheiro Zacarias de Góis e Vasconcelos. In: Idem. Zacarias de Góis e Vasconcelos. São Paulo: Editora 34, 2002, p. 9-54.
PARRON, Tâmis. A política da escravidão no Império do Brasil, 1826-1865. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
PARRON, Tâmis. A política da escravidão na era da liberdade: Estados Unidos, Brasil e Cuba, 1787-1846. Tese de doutorado, História Social, FFLCH-USP, 2015, p. 349-451.
PEREIRA DA SILVA, J. M. Memórias do meu tempo. Brasília: Senado Federal, 2003.
PINHO, José Wanderley. Cotegipe e seu tempo: primeira phase, 1815-1867. São Paulo: Editora Nacional, 1937.
SINÉSIO, Daniel Jacuá. A Questão Christie e a atuação do secretário João Batista Calógeras (1862-1865). Tese de doutorado, UFF, 2013.
SLENES, Robert. The Brazilian internal slave trade, 1850-1888: regional economies, slave experience, and the politics of a peculiar market. In: JOHNSON, Walter (ed.). The chattel principle: internal slave trades in the Americas. New Haven: Yale University Press, p. 325-370.
SPILLER PENA, Eduardo. Pajens da casa imperial: jurisconsultos, escravidão e a lei de 1871. Campinas: Editora da Unicamp, 2001.
STOLCKE, Verena & HALL, Michael. A introdução do trabalho livre nas fazendas de café de São Paulo. Revista Brasileira de História, vol. 3, n. 6, 1983, p. 80-120.
WERNECK, Luiz Peixoto de Lacerda. Breves considerações sobre a posição actual da lavoura do café. Almanack Laemmert, 1855.
YOUSSEF, Alain El. Imprensa e escravidão: política e tráfico negreiro no Império do Brasil (1822-1850). São Paulo: Intermeios, 2016.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Revista de História
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).