Augusto como Mercúrio enfim
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.116333Palavras-chave:
Otávio Augusto, representações, Mercúrio, Hermes, imagensResumo
A minha preocupação neste artigo é investigar e analisar a representação de Augusto como Mercúrio e o que isso pode sugerir e significar para os romanos da urbs e das prouinciae, tendo em vista a epigrafia, a numismática e a literatura. Além disso, fazer a revisão de três trabalhos que, em certa medida, operaram essa questão, a saber, Bandinelli, Zanker e Martins. Ainda que as associações entre divindade e governante sejam muito comuns – Augusto representado como Apolo, Júpiter ou Netuno; Tibério como Apolo; Cláudio, Júpiter; ou Cômodo à semelhança de Hércules –, a discussão sobre a relação entre Augusto e Mercúrio é bem rara na bibliografia recente. As reflexões mais profícuas sobre esse tema remontam à primeira metade do século XX, de maneira que o trabalho de Chittenden sobre numismática e o artigo de Grether a respeito de epigrafia são muito importantes. Assim, novas evidências devem ser consideradas a fim de que tenhamos um panorama mais atento dessas representações no mundo romano.
Downloads
Referências
AA.VV. Pelagio Palagi: Artista e collezionista. Bologna: Grafis Bologna, 1976.
ANDREWS, Margaret & FLOWER, Harriet. Mercury on the Esquiline: A Reconsideration of a Local Shrine Restored by Augustus. AJA, Boston, vol. 119, n. 1, 2015, p. 47-67.
BANDINELLI, Ranuccio Bianchi. Roma: L’Arte Romana nel Centro del Potere. Milano: BUR, 1988.
BOAK, Arthur Edward Romilly. The Magistri of Campania and Delos. CPh, Chicago, vol. 11, n. 1, 1916, p. 25-45.
BORMANN, Eugen. Aus Pompeji. In: Wiener Eranos. Wein: Alfred Hölder, 1909, p. 309-16.
CHIOFFI, Laura. Mercurius, Aedes. In: Lexicon Topographicum Urbis Romae, vol. 3. Roma: Quasar, 1996, p. 245-247.
CHITTENDEN, J. Hermes-Mercury, Dynasts, and Emperors. Numismatic Chronicle, London, vol. 5, n. 1/2, 1945, p. 41-57. [Stable URL: http://www.jstor.org/stable/42661216].
COMMAGER, Steele. Horace, Carmina, I, 2. AJPh, vol. 80, n. 1, p 37-55, 1959.
COOLEY, Alison E. Beyond Rome and Latium: Roman religion in the age of Augustus. In: SCHULTZ, Celia E.; HARVEY JUNIOR, Paul B. (org.). Religion in Republican Italy. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, p. 228-252.
COOLEY, Alison E. The Cambridge manual of Latin epigraphy. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.
DÉONNA, Waldemar. Le Tresor des Fins d’Annecy. RA, 11, 1920.
DUMÉZIL, Georges. Archaic Roman Religion, vol. 1 & 2. Trad. Philip Krapp. Foreword by Mircea Eliade. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1996.
ELSNER, John. Image and Ritual: reflections on the religious appreciation of Classical Art. The Classical Quarterly, Cambridge, vol. 46, n. 2, 1996, p. 515-36. [DOI: http://dx.doi.org/10.1093/cq/46.2.515].
FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas: uma Arqueologia das Ciências Humanas. Trad.: Salma Tannus Muchail. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
FRAENKEL, Eduard. Horace. Oxford: Clarendon Press, 1997.
GALINSKY, Karl. Venus, Polysemy, and the Ara Pacis Augustae. American Journal of Archaeology, London, vol. 96, n. 3, 1992, p. 456-475. [DOI: 10.2307/506068]
GALINSKY, Karl. Augutan Culture. Princeton: Princeton University Press, 1996.
GRANT, Michael. Roman Aniversary Issues: An Exploratory Study of the Numismatic and Medalic Commemoration of Anniversary Years 49 BC-AD 375. Cambridge: Cambridge University Press, 1950.
GREGORI, Gian Luca. Il culto delle divinità Auguste in Italia: un’indagine preliminare. In: BODEL, John; KAJAVA, Mika. Religious Dedications in the Greco-Roman World: Distribution, Typology, Use. Acta Instituti Romani Finlandiae, vol. 35. Roma: Institutum Romanum Finlandiae and American Academy in Rome, 2009, p. 307-330.
GREIMAS, Algirdas Julius; COURTÉS, Joseph. Dicionário de Semiótica. Trad. Alceu Dias Lima et alii. São Paulo: Cultix, 1979.
GRETHER, Gertrude. Pompeian Ministri. CPh, Chicago, vol. 27, n. 1, 1932, p. 59-65.
HASEGAWA, Alexandre Pinheiro. Biografia e história na lírica horaciana. In: SILVA, Gilvan Ventura da; LEITE, Leni Ribeiro (org.). As múltiplas faces do discurso em Roma: textos, inscrições e imagens. Vitória: EDUFES, 2013, p. 57-68.
HIRST, Margaret E. The Portents in Horace Odes I, 2, 1-30. The Classical Quarterly, Cambridge, vol. 32, 1938, p. 7-9. [DOI: http://dx.doi.org/10.1017/S0009838800020693].
JAKOBSON, Roman. Olhar de relance sobre o desenvolvimento da semiótica. Revista Galáxia, São Paulo, n. 19, 2010, p. 60-76.
LEHMANN-HARLEBEN, K. Ein Altar in Bologna. RömMit, n. 42, 1927, p. 162-76.
LOMAS, Kathryn. Rome and the Western Greeks 350 BC-AD 200: Conquest and Acculturation in Southern Italy. London: Routledge, 1993.
MCNEILL, Randall L. B. Horace: image, identity, and audience. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2001.
MAVROJANNIS, Theodoros. L’aedicula dei Lares Compitales nel Compitum degli Hermaistai à Delo. Bulletin de Correspondance Hellénique, Atenas, vol. 119, n. 1, 1995, p. 89-123. Disponível em: <http://www.persee.fr/doc/bch_0007-4217_1995_num_119_1_1643y>. Acesso em: 23/06/2017.
MARTINS, Paulo. Tropos na Eneida e uma imagem metafórica. In: SANTOS, Marcos Martinho dos. I Simpósio de Estudos Clássicos da USP, 2005. São Paulo: Humanitas, 2006, p. 91-118.
MARTINS, Paulo. Imagem e Poder: considerações sobre as representações de Otávio Augusto. São Paulo: Edusp, 2011. [DOI: http://dx.doi.org/10.13140/2.1.3959.5844].
MARTINS, Paulo. Pictura Loquens, Poesis Tacens: limites da representação. São Paulo, 2013. Tese (Livre-Docência) – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2013. [DOI: 10.13140/RG.2.1.4471.7923].
MARTINS, Paulo. Implementando apontamentos à tenuíssima divisa entre República e Império romano. Mare Nostrum: Estudos sobre o Mediterrâneo Antigo, São Paulo, n. 4, 2013, p. 118-25.
MARTINS, Paulo; AMATO, Rosângela Santoro de Souza. Imagens antigas retoricamente referenciadas. In: MUHANA, Adma et al. (org.). Retórica. São Paulo: Annablume; IEB/USP, 2012, p. 125-153.
MATTINGLY, Harold. Coins of the Roman Empire in the British Museum: vol. I: from Augustus to Vitellius. London: Milford, 1923.
MOSER, Claudia. Naked Power: The Phallus as an Apotropaic Symbol in the Images and Texts of Roman Italy. In: Penn Humanities Forum on Word & Image. 2006.
MILLER, Paul Allen. Horace, Mercury, and Augustus, or the Poetic Ego of Odes 1-3. AJPh, vol. 112, n. 3, 1991, p. 365-88.
NISBET, Robin George Murdoch; HUBBARD, Margaret. A Commentary on Horace Odes: Book 1. Oxford: Clarendon Press, 1970.
OLIVA NETO, João Angelo. Falo no Jardim: Priapéia Grega, Priapéia Latina. Cotia: Ateliê; Campinas: Unicamp, 2006.
RADIN, Max. A Note on Horace, Carm. i, 2, 30-43. CJ, vol. 32, n. 1, 1936, p. 37-39.
ROSTOVTZEFF, Mikhail. The Social and Economic History of the Roman Empire, vol. 1 e 2. Oxford: Oxford University Press, 1998.
SANTOS, Cézer. Mercurius e seu culto em território olisiponsense. O Arqueólogo Português, Lisboa, vol. 1, 2011, p. 525-541.
SANTOS, Irmina Doneux. A Lusitania e a Iberia: um estudo da mudança na urbanização pré e pós-romanização (da Pré-Conquista Romana ao Baixo Império – Séculos II a.C. a V d.C.). Tese (Doutorado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
SCOTT, Kenneth. Mercur-Augustus und Horaz, C. I, 2. Hermes, vol. 63, 1928, p. 15-33.
TAYLOR, Lily Ross. The worship of Augustus in Italy during his lifetime. TAPhA, vol. 51, 1920, p. 16-31.
TAYLOR, Lily Ross. The divinity of the Roman Emperor. New York: Arno Press, 1975.
TURCAN, Robert. L’Art Romain. Paris: Flamamrion, 1995.
VEYNE, Paul. El Imperio Grecorromano. Trad. Elena del Amo. Madrid: Akal, 2009.
WOMBLE, Hilbum. Horace, Carmina, I, 2. AJPh, vol. 91, n. 1, 1970, p. 1-30.
ZANKER, Paul. The power of images in the age of Augustus. Trad. Alan Shapiro. Ann Arbor: The University of Michigan Press (Jerome Lectures 16), 1990.
ZUIDERHOEK, Andries. The politics of munificence in the Roman Empire: citizens, elites and benefactors in Asia Minor. Cambridge: Cambridge University Press, 2009. [DOI: http://dx.doi.org/10.1017/CBO9780511576508].
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Revista de História

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).