Ganhar a vida. Uma história do barbeiro africano Antonio José Dutra e sua família. Rio de Janeiro, século XIX
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.114417Palavras-chave:
Rio de Janeiro século XIX, barbeiros-sangradores, família negra, banda de músicaResumo
Este artigo versa sobre as artes dos barbeiros sangradores e músicos no Rio de Janeiro oitocentista, centrado na história de um deles: Antonio José Dutra. O texto também esboça traços biográficos de seus herdeiros. O patriarca, “ natural do Reino do Congo”, veio escravizado para o Brasil e obteve alforria no início da década de 1820. Em 1849, quando morreu, possuía uma barbearia, uma banda, 13 escravos e dois imóveis. Era pai de seis filhos naturais, frutos de três relacionamentos. Se por um lado, os filhos não lograram o mesmo sucesso do pai, por outro, o seu legado cultural e financeiro foi fundamental para suas vidas remediadas de negros livres numa sociedade escravista.
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