Muros brutalmente modernos: a supremacia do edifício híbrido na arquitetura paulista dos anos 1960
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfauusp.2024.207275Palavras-chave:
Muro estrutural, Estrutura independente, Escola Brutalista PaulistaResumo
A visão de uma arquitetura de apoios pontuais à imagem do Partenon captura desejos de arquitetos em relação à construção murada. Na Renascença, além das colunas destacadas, vale a representação do esqueleto em meio às superfícies: Brunelleschi na Capela Pazzi; Alberti no Palazzo Rucellai. No final do século XIX, a armação estrutural finalmente se concretiza: a estrutura independente com suportes pontuais torna obsoletos sistemas construtivos contínuos de muro estrutural. Durante sua assimilação, Le Corbusier promove em sua obra uma estrutura independente específica, do tipo proposto nas casas Domino, sem vigas aparentes que comprometessem a livre disposição das paredes. No Brasil, a ossatura tipo Dom-ino é entendida por Lucio Costa como a estrutura preferencial. Entretanto, a preferência não exclui arranjos híbridos com outras estruturas. Em São Paulo, exemplares híbridos da Escola Brutalista Paulista evidenciam a coexistência entre apoios pontuais e contínuos. Esse artigo discute as radicais transformações na arquitetura paulista não pela sua materialidade, caracterizada pelo fascínio do concreto aparente, mas em termos da ruptura desse sistema hierárquico. O muro - até então vedação, é agente de mutação sistêmica, com percepção híbrida - formal e construtiva. A investigação relaciona importância de soluções híbridas sob tensões entre comportamento estrutural e demandas formais.
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