Experiências na família de origem e violência conjugal: análise do modelo diádico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-4327e3122

Palavras-chave:

Família de origem, Conflito conjugal, Violência na família

Resumo

A violência conjugal pode ser influenciada pela vivência familiar. Este estudo objetivou testar um modelo diádico de relação entre as experiências na família de origem e a violência conjugal. Realizou-se investigação com 304 casais heterossexuais com base em questionário de dados sociodemográficos, no Revised Conflict Tactics Scales (CTS2) e no Family Background Questionnaire (FBQ). As análises foram realizadas utilizando-se o modelo de interdependência ator-parceiro (APIM) por meio de equações estruturais. A violência de menor intensidade correlacionou-se positiva e significativamente entre a violência cometida pelos maridos e pelas esposas (r = 0,661; p < 0,01). Já a violência grave não foi correlacionada significativamente entre os fatores latentes, excluindo a interdependência entre a díade. Entre os sete modelos testados, todos apresentaram bons índices de ajuste (CFI > 0,91; RMSEA < 0,08), exceto a dimensão “abuso sexual”. Assim, reforça-se que as experiências vivenciadas na família estão relacionadas à violência conjugal.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Josiane Razera, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    Professor at the Faculdade Meridional de Passo Fundo, Passo Fundo-RS, Brazil.

  • Livia Maria Bedin, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Professor at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brazil.

  • Eduarda Lima de Oliveira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    Master student at the Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo-RS, Brazil.

  • Clarisse Pereira Mosmann, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    Professor at the Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo-RS, Brazil.

  • Denise Falcke, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

    Professor at the Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo-RS, Brazil.

Referências

Alferes, V. R., & Kenny, D. A. (2009). SPSS programs for the measurement of nonindependence in standard dyadic designs. Behavior Research Methods, 41(1), 47-54. doi:10.3758/BRM.41.1.47

Barros, A. S., & Freitas, M. F. Q. (2015). Violência doméstica contra crianças e adolescentes: Consequências e estratégias de prevenção com pais agressores [Domestic violence against children and adolescents: Consequences and prevention strategies with aggressive parents]. Pensando Famílias, 19(2), 102-114. Retrieved from http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1679-494X2015000200009&script=sci_abstract&tlng=en

Bates, E. A., Graham-Kevan, N., & Archer, J. (2014). Testing predictions from the male control theory of men’s partner violence. Aggressive Behavior, 40(1), 42-55. doi:10.1002/ab.21499

Batista Foguet, J., & Coenders Gallart, G. (2000). Modelos de ecuaciones estructurales: Modelos para el análisis de relaciones causales [Models of structural equations: Models for the analysis of causal relationships]. Madrid, España: La Muralla.

Biernacki, P., & Waldorf, D. (1981). Snowball sampling: Problems and techniques of chain referral sampling. Sociological Methods & Research, 10(2), 141-163. doi:10.1177/004912418101000205

Bouvette-Turcot, A. A., Bernier, A., & Leblanc, E. (2017). Maternal psychosocial maladjustment and child internalizing symptoms: Investigating the modulating role of maternal sensitivity. Journal of Abnormal Child Psychology, 45(1), 157-170. doi:10.1007/s10802-016-0154-8

Brancaglioni, B. C. A., & Fonseca, R. M. G. S. (2016). Intimate partner violence in adolescence: An analysis of gender and generation. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(5), 946-955. doi:10.1590/0034-7167-2016-0408

Brennan, C. L., Borgman, R. A., Watts, S. S., Wilson, R. A., & Swartout, K. M. (2020). Childhood neglect history, depressive symptoms, and intimate partner violence perpetration by college students. Journal of Interpersonal Violence. Advance online publication. doi:10.1177/0886260519900307

Byrne, B. M. (2010). Structural equation modeling with AMOS: Basic concepts, applications, and programming (2nd ed.) New York, NY: Routledge.

Camicia, E. G., Silva, S. B., & Schmidt, B. (2016). Abordagem da transgeracionalidade na terapia sistêmica individual: Um estudo de caso clínico. Pensando Famílias, 20(1), 68-82. Retrieved from http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2016000100006

Carneiro, J. B., Gomes, N. P., Estrela, F. M., Santana, J. D., Mota, R. S., & Erdmann, A. L. (2017). Domestic violence: Repercussions for women and children. Escola Anna Nery, 21(4), e20160346. doi:10.1590/2177-9465-EAN-2016-0346

Cezario, A. C. F., Carvalho, L. L., & Lourenço, L. M. (2016). Violência contra o homem perpetrada por sua parceira: Perspectivas de psicólogos e assistentes sociais [Violence against man perpetrated by his partner: Perspectives of psychologists and social workers]. Psicologia em Pesquisa, 10(1), 76-84. doi:10.24879/201600100010049

Cook, W. L., & Kenny, D. A. (2005). The actor-partner interdependence model: A model of bidirectional effects in developmental studies. International Journal of Behavioral Development, 29(2), 101-109. doi:10.1080/01650250444000405

De Andrade, A. L., Cassepp-Borges, V., Ferrer, E., & Sanchez-Aragón, R. (2017). Análises de dados diádicos: Um exemplo a partir da pesquisa com casais [Dyadic data analysis: An example from couples research]. Trends in Psychology, 25(4), 1571-1588. doi:10.9788/tp2017.4-05

De Antoni, C., & Batista, F. A. (2014). Violência familiar: Análise de fatores de risco e proteção [Family violence: An analysis of risk factors and protection]. Diaphora, 3(2), 26-35. Retrieved from http://www.sprgs.org.br/diaphora/ojs/index.php/diaphora/article/view/62

Falcke, D., Wagner, A., & Mosmann, C. P. (2008). The relationship between family-of-origin and marital adjustment for couples in Brazil. Journal of Family Psychotherapy, 19(2), 170-186. doi:10.1080/08975350801905020

Fehringer, J. A., & Hindin, M. J. (2009). Like parent, like child: Intergenerational transmission of partner violence in Cebu, the Philippines. Journal of Adolescent Health, 44(4), 363-371. doi:10.1016/j.jadohealth.2008.08.012

Feijó, M. R., Noto, A. R., Silva, E. A., Locatelli, D. P., Camargo, M. L., & Gebara, C. F. P. (2016). Álcool e violência nas relações conjugais: Um estudo qualitativo com casais [Alcohol and violence in marital relations: A qualitative study with couples]. Psicologia em Estudo, 21(4), 581-592. doi:10.4025/psicolestud.v21i4.31556

Hardesty, J. L., & Ogolsky, B. G. (2020). A socioecological perspective on intimate partner violence research: A decade in review. Journal of Marriage and Family, 82(1), 454-477. doi:10.1111/jomf.12652

Hernández Sampieri, E., Fernández Collado, C., & Baptista Lucio, M. P. (2013). Metodologia de pesquisa [Research methodology] (D. V. Moraes, Trans., 5th ed.). Porto Alegre, RS: Penso.

Hou, J., Yu, L., Fang, X., & Epstein, N. B. (2016). The intergenerational transmission of domestic violence: The role that gender plays in attribution and consequent intimate partner violence. Journal of Family Studies, 22(2), 121-139. doi:10.1080/13229400.2015.1045923

Kenny, D. A., Kashy, D. A., & Cook, W. L. (2006). Dyadic data analysis. New York, NY: Guilford.

Kerley, K. R., Xu, X., Sirisunyaluck, B., & Alley, J. M. (2010). Exposure to family violence in childhood and intimate partner perpetration or victimization in adulthood: Exploring intergenerational transmission in urban Thailand. Journal of Family Violence, 25(3), 337-347. doi:10.1007/s10896-009-9295-7

Madalena, M., Carvalho, L. F., & Falcke, D. (2018). Intimate partner violence: The predictive power of experiences in the family of origin and of personality disorder traits. Trends in Psychology, 26(1), 75-91. doi:10.9788/tp2018.1-04pt

Martins, E., Rato, M., & Marques, E. (2018). Violência familiar: Conceitos, impacto e intervenção dos profissionais de saúde [Family violence: Concepts, impact and intervention of health professionals]. Egitania Sciencia, 11(21), 7-22. Retrieved from http://www.egitaniasciencia.ipg.pt/files/egitania_sciencia_21.pdf

Melchert, C. F. (1998). Wise teaching: Biblical wisdom and educational ministry. Norcross, GA: Trinity.

Milfont, T. L., & Fischer, R. (2010). Testing measurement invariance across groups: Applications in cross-cultural research. International Journal of Psychological Research, 3(1), 111-130. doi:10.21500/20112084.857

Moraes, C. L., Hasselmann, M. H., & Reichenheim, M. E. (2002). Adaptação transcultural para o português do instrumento" Revised Conflict Tactics Scales (CTS2)" utilizado para identificar violência entre casais [Portuguese-language cross-cultural adaptation of the Revised Conflict Tactics Scales (CTS2), an instrument used to identify violence in couples]. Cadernos de Saúde Pública, 18(1), 163-176. doi:10.1590/S0102-311X2002000100017

Moura, J. Q., Bordini, T. C. P. M., Ennes, J. V., Kucera, M. F., Krindges, C., & Habigzang, L. F. (2020). Homens autores de violência contra mulher: Um estudo descritivo [Men authors of violence against women: A descriptive study]. Contextos Clínicos, 13(1), 174-197. doi:10.4013/ctc.2020.131.09

Nunes, A. J., & Sales, M. C. V. (2016). Violence against children in Brazilian scenery. Ciência & Saúde Coletiva, 21(3), 871-880. doi:10.1590/141381232015213.08182014

Pilati, R., & Laros, J. A. (2007). Modelos de equações estruturais em psicologia: Conceitos e aplicações [Structural equation modeling in psychology: Concepts and applications]. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23(2), 205-216. doi:10.1590/S0102-37722007000200011

Pinto Junior, A. A., Cassepp-Borges, V., & Santos, J. G. (2015). Caracterização da violência doméstica contra crianças e adolescentes e as estratégias interventivas em um município do Estado do Rio de Janeiro, Brasil [Characterization of child abuse and intervention strategies in a city of Rio de Janeiro state, Brazil]. Cadernos Saúde Coletiva, 23(2), 124-131. doi:10.1590/1414-462X201500020062

Razera, J., Gaspodini, I. B., & Falcke, D. (2017). Intimate partner violence and gender a/symmetry: An integrative literature review. Psico-USF, 22(3), 401-412. doi:10.1590/1413-82712017220302

Rodrigues, V. P., Machado, J. C., Santos, W. S., Santos, M. F. S., & Diniz, N. M. F. (2016). Gender violence: Social representations of relatives. Texto & Contexto - Enfermagem, 25(4), e2770015. doi:10.1590/0104-07072016002770015

Schavarem, L. N., & Toni, C. G. S. (2019). A relação entre as práticas educativas parentais e a autoestima da criança [The relationship between parenting style and children's self-esteem]. Pensando Famílias, 23(2), 147-161. Retrieved from http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2019000200012&lng=pt&tlng=pt

Silva, D. I., Maftum, M. A., & Mazza, V. A. (2014). Vulnerability in child development: Influence of weak family bonds, substance abuse and domestic violence. Texto & Contexto - Enfermagem, 23(4), 1087-1094. doi:10.1590/0104-07072014001700013

Silva, J. M. M., Lima, M. C., & Ludermir, A. B. (2017). Intimate partner violence and maternal educational practice. Revista de Saúde Pública, 51, 34. doi:10.1590/S1518-8787.2017051006848

Straus, M. A., Hamby, S. L., Boney-McCoy, S., & Sugarman, D. B. (1996). The revised Conflict Tactics Scales (CTS2): Development and preliminary psychometric data. Journal of Family Issues, 17(3), 283-316. doi:10.1177/019251396017003001

Tondowski, C. S., Feijó, M. R., Silva, E. A., Gebara, C. F. P., Sanchez, Z. M., & Noto, A. R. (2014). Intergenerational patterns of family violence related to alcohol abuse: A genogram-based study. Psicologia: Reflexão e Crítica, 27(4), 806-814. doi:10.1590/1678-7153.201427421

Vieira, E. M., Perdona, G. S. C., & Santos, M. A. (2011). Factors associated with intimate partner physical violence among health service users. Revista de Saúde Pública, 45(4), 730-737. doi:10.1590/S0034-89102011005000034

Publicado

2021-12-31

Edição

Seção

Psicologia da Saúde

Como Citar

Razera, J., Bedin, L. M., Oliveira, E. L. de, Mosmann, C. P., & Falcke, D. (2021). Experiências na família de origem e violência conjugal: análise do modelo diádico. Paidéia (Ribeirão Preto), 31, e3122. https://doi.org/10.1590/1982-4327e3122